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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Economia

Mundo "inundado" de açúcar vê commodity cotada abaixo de 12 cents

Na menor cotação há mais de seis anos, os preços do açúcar no mercado futuro de Nova York derreteram ontem (30), 14 pontos no vencimento maio/15, com negócios a 11,99 centavos de dólar por libra-peso. A baixa é vista pelos analistas como reflexo das constantes desvalorizações do real perante a moeda americana e ainda ao elevado estoque mundial da commodity.

Todas as telas de vencimento dos mercados de Nova York e Londres fecharam as cotações de ontem em baixa. As perdas, na ICE Future ficaram entre 13 e 21 pontos. Na bolsa londrina as desvalorizações oscilaram entre 1,80 e 2,60 dólares.

No vencimento maio/15, a tonelada de açúcar foi negociada da bolsa de Londres a US$ 357,50, baixa de US$ 2,50 no comparativo com os preços praticados no pregão anterior, ocorrido na última sexta-feira (27).

Inundado

Matéria da agência internacional de notícias Bloomberg News, da última sexta, já indicava que um horizonte negro se vislumbra no futuro do mercado internacional de açúcar. Isso porque, segundo a reportagem, "o mundo nunca esteve tão inundado de açúcar".

Ainda segundo a Bloomberg, este ano a produção de açúcar deve fechar mais uma vez com superávit, pelo quinto ano consecutivo, "levando os estoques ao nível mais alto da história, segundo dados da Organização Mundial do Açúcar, com sede em Londres".

O excesso de estoques mundiais, ainda segundo analistas ouvidos pela agência, já teriam derrubado os preços da commodity em cerca de 50% no acumulado dos últimos três anos. "A tendência é absolutamente de baixa", diz o gestor de ativos Donald Selkin, da National Securities Corp., de Nova York. "A oferta é muito alta. A boa colheita e a fraqueza da moeda brasileira também estão tornando suas exportações mais atraentes", acrescenta.

O excesso de produção nesta temporada, segundo a Bloomberg, deve superar a casa das 620 mil toneladas, levando os estoques a nível próximos a 80 milhões de toneladas de açúcar, "número que seria quase suficiente para abastecer por um ano os sete maiores mercados consumidores, segundo números da organização intergovernamental do setor".

Mercado interno

Os preços do açúcar no mercado interno brasileiro, medidos pelo Cepea/Esalq, da USP, iniciaram a semana em alta, em São Paulo. Os contratos do açúcar cristal foram firmados em R$ 51,19 a saca de 50 quilos, alta de 0,04%. Esta foi a segunda valorização seguida no mercado doméstico.

Analistas explicam que a alta dentro do país é motivada pela maior destinação da commodity ao mercado externo, devido as cotações favoráveis do dólar. Pela lei da oferta e procura, quando um mercado é preterido, em detrimento de outro, o de menor oferta se valoriza.

Etanol

Já os preços do etanol hidratado, segundo dados da Esalq/BVMF, fecharam em queda de meio ponto percentual ontem, cotados a R$ 1.204,50, contra R$ 1.210,50 de sexta-feira (27), revertendo uma sequência de mais de uma semana de alta.
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