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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Redução das exportações de commodities não deve ameaçar economia brasileira

O Brasil é considerado pouco vulnerável à queda significativa das exportações de commodities, segundo ranking com países da América Latina, elaborado pela consultoria Capital Economics. O levantamento avalia a dependência dos países da exportação de commodities, o impacto que os preços menores desses produtos pode ter nas contas correntes desses países e suas dívidas externas de curto prazo.

O ranking coloca o Brasil como o segundo país da região menos vulnerável a esse novo cenário, atrás somente do México. Em seguida estão Colômbia, Argentina, Venezuela, Peru e Chile - considerado o mais vulnerável em relatório divulgado nesta segunda, dia 14, pelo analista David Rees.

O analista aponta que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), as exportações de commodities representaram quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Chile, em 2012. O caso do Peru é semelhante, enquanto o México tem menos exposição às commodities ou à economia chinesa.

– Temos alertado há muito tempo que o recente período de forte crescimento na América Latina evoluiu com bases fracas e com maiores vulnerabilidades externas. Diversos países da região, agora, estão expostos ao aperto das condições monetárias globais, na medida em que o boom das commodities chega ao fim – avalia Rees.

Segundo ele, porém, com a exceção de Argentina e Venezuela, as amplas reservas cambiais dos países da região apontam para um período prolongado de crescimento fraco, em vez de uma crise sistêmica. Para o analista, se os preços das commodities caírem para os níveis vistos em 2009, o impacto na conta corrente dos países da América Latina provavelmente provocaria uma forte redução da demanda doméstica.

O cenário menos extremo da consultoria, para a queda nos preços das commodities já faria com que os déficits nas contas correntes do Brasil, Chile, Colômbia e Peru superassem 5% do PIB. Esse cenário inclui queda do preço do petróleo para US$ 90 por barril este ano e do cobre para US$ 6.250 por tonelada.

Já ao comparar a dívida externa de curto prazo desses países, a Capital Economics ressaltou que as mais significativas são as da Argentina, do Chile e do México, enquanto a do Brasil é a menor – somente 1,5% do PIB.

Diante desse cenário, Rees avalia que não será uma surpresa se Argentina e Venezuela enfrentarem crises nos balanços de pagamentos nos próximos anos.

– O ponto positivo é que uma crise sistêmica na América Latina parece improvável, mas o crescimento sem dúvidas será menor por um período prolongado. E isso pode começar a parecer uma crise quando comparado ao boom da última década – afirma o analista.
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