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Domingo, 28 de abril de 2024

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Incógnita

Safra 14/15 de milho é de incertezas em Mato Grosso

Foto: Reprodução/Internet

Safra 14/15 de milho é de incertezas em Mato Grosso
Os produtores hoje podem estar mirando os olhos para o plantio da soja, que se inicia dentro de 10 dias, contudo a preocupação com a semeadura do milho não é deixada de lado. Diante de preços que chegam a R$ 9/R$ 10 a saca de 60 quilos e boa produtividade no mercado mundial, os produtores não descartam rever seus planejamentos para o próximo ciclo (2014/2015) do cereal, cujo plantio deverá ter início no final de dezembro e começo de janeiro.

Na quinta-feira (04) a saca do milho de 60 quilos no mercado disponível fechou em média a R$ 11,68, valor considerado bem inferior diante a média de R$ 21,21 do Rio Grande do Sul, R$ 19,78 de São Paulo e R$ 18,64 do Paraná. Em Mato Grosso a saca do milho na quinta-feira variou entre R$ 10,50 em Sorriso e R$ 13,50 em Rondonópolis. Valores estes abaixo do preço mínimo de R$ 13,56 estipulado o ano passado para a safra 2013/2014 para o estado.

Já no mercado futuro com entrega para dezembro de 2013 o bushel do milho, conforme a CME/CBOT, sai a US$ 3,48, enquanto para março de 2015 US$ 3,61 e para maio de 2015 US$ 3,70.

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Além dos baixos preços pagos aos produtores, o que tem feito a comercializar andar devagar, o custo de produção é outro ponto que deve impactar na decisão de ampliar ou não a área na safra 2014/2015, em especial na alta tecnologia. De acordo com o último boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), se a safra 2014/2015 começasse hoje para o milho o desembolso do produtor para plantar um hectare seria em média de R$ 1.894,89. O maior custo de produção está na região Sudeste do estado a R$ 2.082,49. No Médio-Norte R$ 1.870,65.

De acordo com o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e produtor em Sorriso, Nelson Piccoli, o milho está se tornando um problema em partes para o agronegócio mato-grossense. “Estamos com uma produtividade boa e ao mesmo tempo auxiliando toda uma cadeia produtiva (bovino, suíno, aves, piscicultura, entre outras), mas se olhar só para o milho não se vê uma rentabilidade”, explica Piccoli.

O diretor da Aprosoja-MT salienta, ainda, que o produtor de Mato Grosso para a próxima safra deverá fazer uma avaliação econômica também. “Podemos ter uma redução de área ou não. É difícil precisar. Contudo, o produtor tem de ficar de olho nos preços e custos de produção. Se vê que não vai obter lucro é mais prudente reduzir a área. Isso vale para qualquer cultura na verdade”, diz Piccoli.

Ajuda obrigatória

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sinop e produtor Leonildo Barei, hoje o frete para levar uma saca de milho de Mato Grosso até os portos é de aproximadamente R$ 21 e a saca é vendida a cerca de R$ 10. “O governo federal não fez a parte dele (logística) e agora tem de fazer algo que compense isso, como é o caso dos leilões do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). Enquanto Mato Grosso tem um preço mínimo de R$ 13,56 a saca de milho, em Goiás é de R$ 17,56. Esse mínimo de Goiás deveria ser igual para todo o Centro-Oeste”.

Ao contrário de Piccoli, Barei não crê em redução de área para o cereal, mas sim na tecnologia utilizada, o que pode vir a diminuir a produtividade. “Por hora o que vemos sobre os Estados Unidos são boatos. Eles ainda vão começar a colher”.

Para 2015 Barei comenta que as estimativas de preço para o milho são de estabilidade a preços baixos.
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