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Domingo, 28 de abril de 2024

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Manejo do solo é fundamental em períodos de stress hídrico, diz Zancanaro

Foto: Fundação MT

Manejo do solo é fundamental em períodos de stress hídrico, diz Zancanaro
A safra 2015/2016 de soja será lembrada por muitos anos pelos produtores mato-grossenses devido o stress hídrico durante o plantio. Em momentos como este o manejo do solo pode "amenizar" o problema da ineficiência hídrica. Em algumas lavouras chegou-se a constatar três sacas apenas de produtividade por hectare.

As regiões mais afetadas pela seca durante o plantio em Mato Grosso foram a Médio-Norte, que apresenta um decréscimo de 3,6% na produtividade, a Norte (-2,1%) e a Nordeste (-1,1%). Em média, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a região Médio-Norte está colhendo 50,8 sacas por hectare, enquanto a Noroeste 49 sacas e a Norte 51,8 sacas de soja.

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O manejo do solo é considerado essencial para evitar não apenas a proliferação de pragas e doenças, mas também em momentos como este de stress hídrico. "Mato Grosso é caracterizado como uma região que chove muito bem, que não falta chuva, e não foi o que vimos. Em um ano como esse, que é pouco frequente, porém pode acontecer, nós percebemos claramente que o manejo que fiz em curto prazo nessa safra e que o que venho fazendo a um longo tempo interfere no meu resultado final hoje. Eu não consigo resolver o problema de ineficiência hídrica, mas consigo amenizar", comentou Leandro Zancanaro, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso – Fundação MT, ao Agro Olhar em entrevista durante o “Fundação MT em Campo” 2016, em Nova Mutum.

O especialista destaca que é preciso respeitar a aptidão de cada ambiente da propriedade. Segundo ele, há ambientes mais sensíveis e outros menos. "A partir desse momento eu estabeleço o risco que eu quero correr. Estabeleço o sistema de produção que eu vou adotar. São tudo escolhas. E no final eu tenho que considerar as minhas escolhas. Então, eu tenho que caracterizar o ambiente, respeitar a aptidão de cada um, estabelecer um manejo especifico. Segundo é fundamental nós permitirmos que a raiz cresça em profundidade".

Zancanaro explica que a profundidade da raiz permite que a planta encontre mais água e nutrientes. "Uma forma de aumentar a disponibilidade hídrica é fazer a raiz crescer mais em profundidade. Se eu fizer uma correção do solo superficial estou assumindo um risco maior. A rotação de cultura, por exemplo, é fundamental para nós termos ao longo do tempo uma disponibilidade hídrica melhor".








Segundo Alexandre Shenkel, o gesso vem para condicionar o solo. Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar

Gesso


Outra questão, que pode auxiliar, é em algum momento fazer uma caracterização do solo em profundidade. "Se eu tenho acidez em profundidade eu posso usar o gesso. Escolher materiais mais adaptados para a minha condição de clima", pontuou Zancanaro.

Conforme o produtor em Campo Verde, Alexandre Schenkel, o gesso vem para condicionar a questão química do solo e física, pois ele primeiro retorna o enxofre e corrige esse enxofre do solo. "Você está deixando que os outros nutrientes sejam carregados para uma profundidade maior. No caso do algodão, aqui na propriedade, ao menos a cada dois anos aplicamos gesso na lavoura para fazer a correção do enxofre e auxiliar no enraizamento da cultura", comentou ao Agro Olhar durante Dia de Campo promovido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), no dia 16 de fevereiro.
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