A vegetação do cerrado brasileiro é uma das mais diversificada do mundo abrigando 33% de toda a biodiversidade brasileira até agora conhecida. Todavia nas últimas três décadas vem sendo pressionada, e impactada pela pressão antrópica, atualmente muito ameaçada pela atividade humana no ambiente.

Porém, toda via, contudo, o manejo do fogo florestal no ambiente é uma alternativa viável e de fácil acesso a todo produtor rural, para evitar a ocorrência de incêndios florestais de grande monta, diminuindo também o impacto das mudanças climáticas locais.

A presença do fogo florestal no cerrado brasileiro é uma questão de evolução e preservação das espécies florestais existentes no ambiente, porém, para não permite a evolução de incêndios sem controle é fundamental o manejo correto desse fenômeno no mês certo, no dia certo e na hora certa.

Por ser uma vegetação rustica com árvores medianas, revestidas por tecido vegetal espesso, constituído por células mortas, que envolve os troncos e os galhos = súber.

Quando a área queima, esse súber tecido formado por várias camadas de células mortas e impregnadas de suberina, uma substância de origem lipídica, faz o papel de isolante térmico, protegendo os tecidos vivos internos.

O súber externo queima, mas a árvore sobrevive e um novo súber mais profundo é formado. Quanto ao estrato herbáceo, formado por gramíneas e herbáceas tem grande, poder de resiliência raízes e os órgãos subterrâneos de reserva continuam vivos. Estes armazenam as gemas, que promovem a rebrota da vegetação depois que a área foi atingida pelo fogo.

O manejo de forma preventiva, inteligente, criativa e criteriosa, com zoneamento da área total e cronograma de queima especifico para vegetação especifica, em sistema de rodízio, o fogo é indispensável para a preservação, conservação e renovação do Cerrado brasileiro.

Muito diferente, porém, é o uso indiscriminado do fogo e muitas, com objetivo a eliminar as plantas daninha e até mesmo nativas visando o preparo terra para lavouras de grãos, agricultura de substância ou pecuária, a presença de materiais combustíveis acumulados vários anos sem a presença de fogo no ambiente.

Este quando ocorre propaga-se de maneira descontrolada causando impacto a vida animal e vegetal, comprometendo a capacidade de regeneração da vegetação e a sobrevivência destes animais, que ficam presos em meio às chamas, sem área de escape, ou morrem por falta de alimentos.

Por tudo isso é importante utiliza-lo manejando racionalmente, ademais, é fundamental, preservar, conservar e respeitar a vida na sua plenitude.

Romildo Gonçalves é Biólogo, Prof. Pesq. Em Ciências Naturais