Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Opinião

Ciro Gomes: Suas bravatas, destemperos e ignorância sobre as forças armadas.

O candidato Ciro Gomes, ao dizer que, no cargo de Presidente da República, em referência à entrevista do Comandante do Exército – General Villas Bôas, “(...) eu mando e eles obedecem”, além de, grosseiramente, referir-se ao General Hamilton Mourão como “jumento de carga” faz um exercício retórico reducionista, pueril, e que demonstra apenas desconhecer o funcionamento e, principalmente, o papel fundamental das Forças Armadas em um estado de direito democrático. Um candidato ao cargo de Chefe de Estado e de Governo que apresenta semelhante postura diante das Forças Armadas de seu País está longe do preparo técnico-político para tal mister. É lamentável.

Ora, é sabido que por força constitucional as Forças Armadas estão sob a “autoridade suprema do Presidente da República” o que não implica inferir, necessariamente, obediência cega a este. Essa autoridade é delegada pelo povo (via Carta Magna) não como um fim em si mesma, mas para que o “monopólio estatal do uso da força” (Weber) seja utilizado direcionando-se o estamento militar no cumprimento de sua sua missão. Que missão é esta? “Defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem” (art. 142, caput, CF/88).

Não satisfeito, ainda fez a seguinte bravata: "No meu governo, militar não fala em política. Se fosse no meu governo, ele estaria demitido e provavelmente pagaria uma cana. Eu conheço bem o general Villas Bôas. Ele está fazendo isso para tentar calar as vozes das cadelas no cio que estão se animando, o lado fascista da sociedade brasileira". Como um bom representante da esquerda, Ciro não consegue segurar seus devaneios autoritários que tanto condena. Em apenas uma frase, diz todos os absurdos possíveis. Quem leu ou ouviu a entrevista com o Comandante do Exército sabe que o General foi coerente e responsável em sua fala. Somente nos delírios e ilações de Ciro Gomes, houve extrapolação dos limites constitucionais no referido pronunciamento.

A Força e o General Mourão já fizeram suas respectivas respostas ao pronunciamento do “coroné” Ciro. Não obstante, o fato em si pode e deve servir de reflexão sobre a capacidade de determinados candidatos e partidos políticos compreenderem e, mais que isso, saberem operar na linha tênue que divide a subordinação das Forças Armadas ao Presidente da República e o cumprimento de sua missão constitucional. Um desequilíbrio nessa dinâmica compromete e estabilidade, legalidade e legitimidade que devem existir no Estado democrático. O Comandante do Exército, com muita responsabilidade, tem afirmado e ratificado o comprometimento das Forças com estes valores.

A esquerda sabe que um governo de direita conservador no Brasil não vai deixar brotar os germes de forças antagônicas como Forum de São Paulo e movimentos ideológicos de desestabilização que não possuem nenhum compromisso com os valores e garantias insculpidos na Constituição. Os flagrantes atentados à segurança nacional que diariamente estamos assisitindo no País constituem antagonismos que obstam o atingimento dos objetivos nacionais, sendo exemplos a expansão do crime organizado (notadamente os de colarinho branco e do narcotráfico), as agressões ao patrimônio nacional, os conflitos sobre as posses de terras, invasões, depredações, incitações à violência política, atentado político, controle da mídia e tuti quanti, os quais deveriam receber o tratamento legal dispensado pelo ordenamento jurídico.

Não se trata de “tutelar o Estado” via Forças Armadas como afirma Ciro Gomes.  Trata-se, isso sim, de compreender o estamento militar como “ultima racio” de garantia das liberdades individuais previstas na Carta Magna. Os antagonismos acima mencionados e estrategicamente fomentados, permitidos ou negligenciados pelas forças políticas de esquerda devem ser mitigados e desestruturados via política de segurança nacional, entendida esta não apenas como ações de cunho militar, mas também politicas, econômicas, psicossociais (família, igrejas, instituições educacionais etc) e científico-tecnológicas.

A forma, no mínimo deselegante, com que o candidato do PDT dirige-se a pessoas íntegras e honradas como os Generais Villas Boas e Mourão, ao tempo em que deixa de refererir-se com a contundência necessária aos seus pares políticos flagrados e condenados pelo planejamento e execução do maior assalto à República, combinado com o desastre político, ético e econômico deixado pelo PT, apenas mostra que o candidato não possui a maturidade e a formação intelectual e moral para liderar a Nação em um processo de reconstrução.

Por fim, importante dizer ao candidato Ciro Gomes e a todos os que representam a esquerda, cujas cores são o vermelho e o símbolo uma foice e o martelo, que nosso País jamais aceitará que sua bandeira mude de cor. A mensagem transmitida pela letra da canção “Fibra de Heróis”, cantada com força e vigor pelos nossos bravos militares, ilustra com maestria o atual momento: “se a pátria querida for envolvida pelo inimigo, NA PAZ OU NA GUERRA, defende a terra contra o perigo com ânimo forte e se for preciso enfrenta a morte, afronta se lava com fibra de heróis de GENTE BRAVA. BANDEIRA DO BRASIL NINGUÉM TE MANCHARÁ”.
 

Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado (rodriguesadv193@gmail.com)
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet