Olhar Direto

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Opinião

Em defesa de políticas públicas para mulheres

Três mulheres morrem por dia no Brasil por feminicídio. Em Mato Grosso, foram registradas 43 vítimas entre janeiro de 2021 e junho deste ano, são números alarmantes e que demonstram a necessidade de políticas públicas na defesa dos direitos das mulheres.  

Sei que o meu trabalho, enquanto deputado estadual, é apenas uma gota no oceano, mas assumi essa bandeira nos últimos três anos e meio de mandato. Nesse período apresentei mais de dez projetos de lei voltados à saúde, segurança e ao bem-estar da mulher, dos quais seis foram sancionados e se tornaram leis estaduais.  

Um exemplo é a Lei 11.781/2022 que, recentemente, instituiu o programa "Órfãos do feminicídio: atenção e proteção". O objetivo é garantir a proteção integral a crianças e adolescentes que devem ter prioridade no acesso a serviços como moradia, educação, saúde, assistência social e jurídica.  

Também fui pioneiro ao instituir a Frente Parlamentar da Saúde da Mulher, que entre 2019 e 2020, promoveu debates com a sociedade a fim de melhorar as políticas públicas voltadas ao público feminino de todas as idades, em temas como aleitamento materno, prevenção ao câncer de mama e parto humanizado. 

Vale destacar que uma das minhas primeiras leis sancionadas, Lei 11.065/2019, obriga hospitais de todo estado a registrar casos de violência contra crianças, mulheres e idosos. Já o projeto de lei 978/2020 busca instituir diretrizes no atendimento às vítimas de violência doméstica, para que as mesmas tenham rapidamente acesso a serviços de saúde, assistência jurídica e social. 

Sou médico há mais de 40 anos e sei da importância de oferecer suporte à saúde da mulher, por isso apresentei o projeto de lei 59/2021, cuja proposta é implantar a Política Estadual de Atendimento à Gestante, para que seja ágil e humanizado, sobretudo às gestantes em vulnerabilidade social e/ou que sofreram violência doméstica. 

Outra proposição, o Projeto de Lei 970/2019, visa tornar obrigatório o serviço de avaliação psicológica a gestantes na saúde pública de Mato Grosso. A intenção é identificar precocemente a doença e já fazer os devidos encaminhamentos, pois a depressão pós-parto pode trazer sérias consequências à toda família. 

Ainda na saúde, há o Projeto de Lei 898/2020, que cria o programa Vida Nova Mulher Mastectomizada para oferecer apoio às pacientes diagnosticadas com câncer de mama e que precisam recorrer à mastectomia (cirurgia de remoção da mama). Já a Lei 11.650/2021 propõe ao governo a inclusão da Campanha de Prevenção e Combate ao Câncer de Ovário. 

É importante destacar que mais de 70% dos casos de câncer de ovário, hoje, são descobertos tardiamente e apenas 43% das mulheres sobrevivem por mais de 5 anos após o diagnóstico, mas esse quadro poderia ser totalmente diferente com o diagnóstico precoce, mais uma vez, precisamos garantir o direito da mulher em ter acesso à saúde, isso precisa ser prioridade. 

Outras leis que também beneficiam as mães, entre elas, a Lei 11.271/2020 que obriga maternidades públicas e privadas a fazerem o teste do quadril em recém-nascidos; e a Lei 11.593/2021, que determina que as unidades de saúde informem aos pais acerca das doenças detectadas no teste do pezinho. Além da Lei 11.881/2022 que tornou obrigatória a presença de salva-vidas em piscinas de uso coletivo.  

 As mulheres já representam 52,65% do eleitorado brasileiro, mais de 24 milhões de brasileiras estão tocando negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia, no entanto, apesar dessa expressividade, elas não contam com serviços públicos de qualidade. Trabalhar por mulheres e mães, é também trabalhar em favor da sociedade. Contem comigo!  

 
­­Dr. Gimenez, deputado estadual e médico, deputadodrgimenez@al.mt.gov.br  
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