Olhar Direto

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Opinião

Súplicas políticas

Segundo dizem os estudiosos da ciência política, conceitualmente, política é a arte do possível; a arte de se alcançar interesses coletivos; a arte de superar obstáculos, isto, a partir de uma visão positiva.

Sob visão negativista (vulgar), seria arte da enganação, da exploração, da esperteza, e tudo o mais pejorativo que se possa imaginar.

Em regime político democrático, quero confiar, liberal, desde Dom Pedro II, depois Tiradentes, e vários outros movimentos de liberdade e identidade nacionais, suporteados pela vontade nacional e esforço diplomático, cada vez mais, há de se fortalecer e consolidar nossa democracia, através dos poderes e forças correlatas no cumprimento de suas funções institucionais.

Eis, aqui, a importância das reformas estruturais e institucionais, visando criar/melhorar ambiente adequado para um convívio sócio-político sólido e respeitoso.

Em situação contrária, continuaremos sendo país de Segundo Mundo, conforme caracteriza Parag Khanna (2008) ao descrever que, são atributos de países segundo-mundistas, aqueles que certa porcentagem da população leva um estilo de vida moderno, mas convive com uma classe média pequena e uma grande massa de pobres. Como acontece no Primeiro Mundo, os países do Segundo Mundo têm economias públicas e investimentos internos em crescimento, mas ao mesmo tempo, como o Terceiro Mundo, enormes mercados negros e aldeias Potemkin.

É fato inconteste que o esforço nacional em transformar nossa economia primária em economia diversificada e industrial teve forte participação do Estado, que utilizou do Capitalismo de Estado, todavia, é consenso, também, no âmbito de estudiosos sobre a temática, que todo esse processo de transformação foi custoso para a sociedade como um todo.

O diagnóstico desse custo, materializa-se nas distorções tributárias consubstanciadas em protecionismo exagerado e atemporal, subsídios e renúncia fiscal de mesmas características e sistema de proteção social desmedido, o que termina minando, deficitariamente, os orçamentos públicos com crescimento de endividamentos público e privado.

Mal assim, estamos diante de momento de escolhas de nossos candidatos-representantes no âmbito do executivo federal e estadual, além dos legislativos federal e estadual, a eles elevamos nossas Súplicas Políticas, pormenorizando que, não será com Estado fora de lugar e grande (difere de Estado forte) que alcançaremos nossos objetivos comuns; não será com um funcionalismo público inseguro e empobrecido que serão ofertados serviços públicos de qualidade; não será com um serviço de proteção social desconectado da realidade dos mais carentes que reduziremos a pobreza visando a auto-inclusão; não será com políticas econômicas desprovidas de metas de inflação, metas fiscais, câmbio flutuante, juros neutros e metas de comércio internacional que alcançaremos estabilidade econômica interna e externa;  e, não será com um multipartidarismo e/ou uma polarização imperfeita sem síntese construtiva que alcançaremos uma democracia forte e perene.

Em suma, falta-nos ir, persistentemente, em busca da qualidade das coisas e das atitudes, objetivando ascender como Nação respeitada e de Primeiro Mundo, livre do cubú De Gaulliano e das rusgas globais.
Retumbemo-nos por um Brasil Qualitativo, com racionalidade e plenitude.
 

Ernani Lúcio Pinto de Souza, 60, economista, estruturalista liberal, especialista em desenvolvimento de recursos humanos pelo MEC/BID III/UFAL, mestre em planejamento do desenvolvimento pela ANPEC/UFPA/NAEA. Foi vice-presidente do CORECON-MT. (ernani.souza@ufmt.br)
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