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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Opinião

Hidrogênio Verde, o combustível do futuro

Preocupação com o futuro do planeta e esgotamento dos recursos naturais são assuntos bastante comentados dos últimos tempos. Iniciativas que promovem a produção e o consumo sustentáveis estão cada vez mais presentes no cotidiano das empresas e pessoas. Mas, no setor de combustíveis é difícil falar de sustentabilidade, certo? Errado!

A indústria petroquímica já estuda e desenvolve soluções menos agressivas ao meio ambiente, dentre as quais o hidrogênio verde é uma das mais promissoras. Mesmo com um custo de produção alto, o que ainda impede sua distribuição em larga escala, o combustível é obtido de maneira relativamente simples, usando apenas água e energias renováveis, o que também indica uma redução significativa no preço de venda ao consumidor.

O Brasil é um dos países com maior expectativa de ocupar a liderança desse mercado dentro de alguns anos, uma vez que é rico tanto em aquíferos quanto em luz solar e ventos fortes. Atualmente, três portos brasileiros estão construindo hubs de produção de H2 Verde e o prazo para chegar aos postos de combustíveis é relativamente curto, já em 2025.

E por que é importante pensar em alternativas como essa? A finitude dos combustíveis fósseis e, consequentemente, a menor oferta – que provoca aumento de preços – é um dos fatores de maior relevância. Fontes de energia limpa são, em sua maioria, inesgotáveis, e a preocupação com o fim desses recursos é, praticamente, impensável. O mesmo não pode ser dito sobre os combustíveis fósseis e biocombustíveis.   
 
Além dos benefícios ambientais, os chamados "combustíveis sustentáveis" são, também, um alívio para o bolso do consumidor. Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA, sigla em inglês para Agência Internacional para Energias Renováveis, é categórico ao afirmar que "atualmente, as energias renováveis são a fonte de energia mais barata".

"As energias renováveis apresentam aos países presos ao carvão uma agenda de transição economicamente sedutora, que assegura que irão responder à exigência energética crescente enquanto poupam nos custos, geram postos de trabalho, impulsionam o crescimento ao mesmo tempo que respondem à ambição em termos climáticos", explica La Camera.

Finalmente, há de se ponderar sobre o impacto desses combustíveis na natureza, apesar dos inúmeros benefícios para a economia e o comércio local. O dióxido de carbono (CO2), gás liberado na queima de combustíveis fósseis, é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. Outras consequências incluem chuva ácida, poluição do ar e de corpos d'água. A substituição gradativa por opções mais ecológicas contribuiria também para a redução desses problemas.

Isso significa que já podemos substituir a gasolina e o álcool por combustíveis sustentáveis? Não! O caminho para alcançar esse objetivo é longo e depende de uma série de outros fatores. Dificuldades técnicas relacionadas ao transporte e à segurança no manuseio impedem a distribuição imediata do hidrogênio verde. Acredita-se que a substância deverá ser transformada em amônia, pelo menos num primeiro momento, a fim de garantir um transporte mais seguro e econômico. Ainda temos muito a avançar.

Mais que uma ação em nome da sustentabilidade, este é um movimento para a construção de um futuro em que os combustíveis não serão tão caros e dependentes de fontes esgotáveis. Alcançados esses objetivos, os benefícios para o meio ambiente são mais que bem-vindos e terão um efeito cascata para toda a sociedade. E o planeta agradece!


Claudyson Martins Alves é empresário do segmento de combustíveis e vice-presidente do Sindipetróleo
 
 
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