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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Opinião

Energia limpa, hidrogênio verde por meio de energia solar

A busca por fontes de energia renovável e a preocupação com o futuro do planeta fazem com que pesquisadores e cientistas estejam em uma corrida para encontrar novas maneiras de produzir combustíveis, principalmente os de fontes renováveis, como a energia solar. O hidrogênio verde, uma das mais promissoras fontes de energia limpa, é o grande destaque nessa corrida e tem gerado muita expectativa no mercado para a geração de energia limpa.   

Com as crises energéticas internacionais e a crescente preocupação em diminuir a emissão de combustíveis fósseis, o hidrogênio verde torna-se cada vez mais uma alternativa animadora. Sua produção é obtida sem emissão de CO2, ou seja, atende a uma das maiores metas abordadas na COP-27, em resposta a preocupação da população e de grandes empresas com o futuro do planeta.  

Mesmo com um custo de produção alto, o que ainda impede sua distribuição em larga escala, o combustível produzido através do hidrogênio verde é obtido de maneira relativamente simples, usando apenas água e energias renováveis, o que pode indicar também uma redução significativa no preço de venda ao consumidor. A busca agora é pela criação de um dispositivo que possa ser alimentado por energia solar, que colete água através da umidade do ar ambiente e disponibilize hidrogênio verde.   

Os avanços necessários para o pleno desenvolvimento dessa tecnologia já começaram. Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, criaram um sistema engenhoso, porém simples, que une a tecnologia dos semicondutores utilizados nas células solares e na eletrônica com novos eletrodos, para quebrar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. O conjunto utiliza energia solar para que as moléculas de água presentes na umidade normal do ar sejam quebradas, gerando hidrogênio limpo.

Nos Estados Unidos, cientistas da universidade Michigan seguiram a mesma linha dos suíços e criaram um tipo de painel solar que atingiu a eficiência de 9% na conversão de água em hidrogênio e oxigênio, semelhante à fotossíntese. Por atuar ao ar livre e não possuir condições controladas de laboratório, o protótipo representa um avanço na tecnologia, sendo quase 10 vezes mais eficiente do que experimentos solares deste tipo.   

Aqui no Brasil, as expectativas para a produção do hidrogênio verde são grandes, uma vez que o país é rico tanto em aquíferos quanto em luz solar e ventos fortes. Atualmente, três portos brasileiros estão construindo hubs de produção de H2 Verde e o prazo para chegar aos postos de combustíveis é relativamente curto, já em 2025.

Recentemente foi inaugurado em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, um projeto piloto no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém). Já em operação, o local recebeu investimentos de R$ 42 milhões. A unidade contempla uma usina solar com capacidade de 3 megawatts (MW) e um módulo eletrolisador para produção do combustível com capacidade de produzir 250 Nm3/h de gás, um grande avanço na busca por "combustíveis limpos".   

Esse é mais um passo para a não dependência de combustíveis de fontes esgotáveis, e de um futuro mais limpo para o planeta.

   
Claudyson Martins Alves é empresário do segmento de combustíveis e vice-presidente do Sindipetróleo 

 
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