Olhar Direto

Terça-feira, 30 de abril de 2024

Opinião

Umbanda é uma religião brasileira que ainda sofre preconceito

Neste 15 de novembro é comemorado o dia Nacional da Umbanda. Esta data foi instituída pela Lei de número 12.644, de 16 de maio de 2012 e sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Apesar de ser recente, milhares de pessoas festejam este dia há muitos anos. Tudo começou em 1908, com o médium Zélio Fernandino Moraes sob a orientação do espírito que se identificava como Caboclo das Sete Encruzilhadas, em Niterói (RJ). Zélio foi considerado o fundador da Umbanda.

Esta religião é mais um exemplo da diversidade cultural brasileira. Mesmo assim, nós umbandistas ainda sofremos preconceito e discriminação. Por falta de cultura religiosa, muitos associam nossas práticas e rituais como satânicas. Vamos aproveitar este dia para desmistificar estes mitos e contar um pouco de nossa história.
Vamos começar pela origem do nome. Oriundo da língua quimbunda, a Umbanda significa a arte de curar. É uma religião brasileira resultante da mistura de elementos de crenças indígenas, africanas, orientais e europeias. Também tem um pouco de catolicismo, kardecismo e espiritismo.

Até o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou o texto da resolução de número 715/2023 que diz que os terreiros de umbanda auxiliam na cura das pessoas. Este documento recomenda que estas tendas de umbanda sejam integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para contribuir na cura de doenças como depressão, síndrome do pânico, ansiedade e muitas outras.

Nossa religião ainda tem momentos de perseguição e segregação, mas aos poucos vamos vencendo os obstáculos, disseminando o conhecimento e incentivando a cultura religiosa.   É importante ressaltar que temos a Federação Brasileira de Umbanda que estabelece alguns princípios da religião.

Dentre eles, a existência de um criador, o Deus (Olurum), o Onipotente e Irrepresentável, assim como a existência de entidades espirituais, mensageiros das vibrações dos Orixás, ainda em evolução, buscando o aperfeiçoamento. Além disso, os umbandistas acreditam na reencarnação, na Lei do Carma e praticam a mediunidade em suas diversas manifestações, assim como o amor, manifestado como caridade, na palavra e na ação.

Temos como crença que vivemos em um campo vibratório, sendo ele esse próprio campo que seu livre arbítrio comanda, dentro do princípio da natureza trina: espírito, alma e corpo. Nossa religião é monoteísta e reconhece a existência de um único Deus (Olorum), abaixo do qual existem os orixás e as entidades ou guias protetores, também conhecidos como espíritos ancestrais.

É assim, contando nossa história que contribuímos com a disseminação da cultura religiosa. É com conhecimento e informação de qualidade que combatemos o preconceito e a perseguição.

Viva o 15 de novembro – Dia Nacional da Umbanda 

Jupirany de Odé é Babablorixá do Asé Alaketo Ilè Iforiti, Pai de Santo da Tenda Espírita Caboclo Sete Flexas e presidente de Honra da Associação Casa de Oxóssi.
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