Olhar Direto

Sábado, 18 de maio de 2024

Opinião

Em Defesa do SUS: Uma Visão Sanitarista Sobre a Crise da Intervenção no Mato Grosso.

A saúde pública em Mato Grosso enfrenta uma crise sem precedentes. A dívida de R$ 500 milhões na área divulgada de maneira nebulosa no domingo onde apenas um Jornal de circulação nacional teve acesso e que gostaria ter tão privilegiado relatório secreto, a escassez de profissionais e a superlotação das unidades de saúde são sintomas de um problema muito maior: a luta pelo financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e os conflitos entre interesses obscuros e organizações criminosas que ameaçam a integridade do sistema.

Como sanitarista especialista gestor de sistemas e serviços de saúde, testemunho a necessidade urgente de uma gestão Municipal e Estadual eficiente no SUS.

A ideia de que a gestão municipal, por estar mais próxima dos cidadãos, seria mais sensível e eficiente, é parte fundamental do projeto da Reforma Sanitária Brasileira. No entanto, a realidade mostra que os recursos são insuficientes e a gestão, muitas vezes, ineficaz.

A rede básica de serviços de saúde, construída desde a década de 1980 e expandida nos anos 1990 em Cuiabá, sofre com a baixa resolutividade, fruto de uma gestão do cuidado desqualificada. A formação dos profissionais de saúde, ainda focada em práticas curativas e hospitalares, não acompanha a necessidade de desenvolver práticas integrais e resolutivas de cuidado.

Especialistas dizem que a gestão dos sistemas loco regionais de saúde apresenta deficiências significativas, como a baixa capacidade de regulação do acesso aos serviços, a gestão ineficiente do trabalho médico e a falta de planejamento baseado em indicadores epidemiológicos. Essas falhas comprometem a capacidade de priorizar casos de alta vulnerabilidade e garantir um cuidado racional e integrado.

O Pacto pela Vida, que estabelece compromissos para melhorar a saúde da população brasileira, define prioridades e metas que incluem o fortalecimento da atenção básica e o controle de doenças como hanseníase, dengue e tuberculose. O Pacto em Defesa do SUS busca aproximar a sociedade com envolvimento no sistema de saúde, retomando a discussão sobre os desafios atuais do SUS.

Empresas terceirizadas são contratadas para prestar serviços em UPAs, policlínicas e no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas esses contratos muitas vezes sobrecarregam os profissionais de saúde. A crise na saúde deve ser avaliada sob a ótica da gestão e das políticas de saúde, que são fundamentadas em princípios como o acesso universal e equânime à saúde.

A realidade, contudo, mostra que esses princípios do SUS Integralidade, Equidade, Integralidade estão sendo violados em Mato Grosso e Cuiabá bem como a regionalização, descentralização de maneira Hierarquizada também está capengando no Estado onde a Secretária Estadual de Saúde de MT deveria estar desenvolvendo e apoiando a Capital com sua brilhante equipe técnica em vez de ficar brigando com o SUS Cuiabá.

É imperativo defender o SUS e garantir que seus recursos sejam utilizados de maneira justa e transparente, sem interferências prejudiciais. Todos os cidadãos devem ter acesso aos serviços de saúde, sem discriminação.

A saúde é um direito de todos e um dever do Estado. É hora de reafirmar esse direito e assegurar que o SUS funcione para todos, em consonância com as diretrizes do SUS, que incluem a repolitização da saúde e a atualização das discussões sobre a Reforma Sanitária Brasileira.

Conclusão a crise na saúde de Mato Grosso e Cuiabá é um chamado à ação. Devemos nos unir em defesa do SUS, garantindo que ele sirva a todos os mato-grossenses com eficiência, equidade e integralidade para todos sem distinção de raça, cor, religião ou etnia. É nosso dever enquanto sociedade garantir que a saúde continue sendo um direito universal e inalienável.

Luiz F. Rogério é Sanitarista, Esp. Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
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