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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Com mais de mil balões colocados, gastro afirma que a técnica é a mais segura entre os tratamentos de sobre peso

Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito

Dr. Maurélio e o balão

Dr. Maurélio e o balão

Cuiabá foi considerada, em 2014, a quinta capital mais pesada do Brasil. No século em que a obesidade se tornou epidemia, o médico especialista em gastroentereologia e doenças da obesidade, Dr. Maurélio de Lima Batista Ribeiro, já colocou cerca mil balões gástricos em doze anos, e garante que ele é um dos processos mais simples e seguros para o emagrecimento (depois do tratamento clínico).

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Maurélio foi um dos pioneiros a utilizar a técnica no Brasil. “Fiz parte do protocolo para aprovação pelo Ministério da Saúde em 2003, 2002 (...) Nós fizemos um levantamento capitaneado pelo Doutor Afonso Salete, especialista em obesidade também, e tocamos a região Centro Oeste”, conta o médico. Nestes 15 anos de trabalho, ele afirma que teve ótimos resultados com o balão: “Hoje ele se apresenta como uma alternativa no tratamento de obesidade moderada, extremamente eficiente e principalmente bastante segura”.

A técnica é relativamente simples, e é realizada pelo Dr. Maurélio dentro do consultório: “É igual uma endoscopia, é colocado um caninho pela boca do paciente e na ponta fica o balão. Quando chega ao estômago, ele é preenchido com uma solução de soro fisiológico e tinta cirúrgica azul de metileno”, explica. A tinta é utilizada por precaução, já que se o balão estourar a pessoa faz xixi azul e percebe. Segundo o gastro, a possibilidade de isso acontecer é de menos de 1%.

Apesar da facilidade, o balão deve ser utilizado apenas depois da primeira opção, o tratamento clínico: “É preciso identificar o perfil do paciente para escolher o tratamento e procedimento adequado”, explica Dr. Maurélio. Segundo o médico, são diversas as técnicas utilizadas no tratamento de obesidade: “Elas seguem um gráfico em que, quanto menores os riscos, maior deve ser a participação do paciente, e vice-versa”.



Por exemplo, em um tratamento apenas clínico (dieta e exercícios físicos), a participação do paciente é totalmente necessária, e os riscos são mínimos. Já na outra ponta do gráfico estão tratamentos indicados somente para pacientes super-obesos:

“São cirurgias mais invasivas, com grandes desvios do intestino, por exemplo. Mas nestes casos as consequências para os pacientes são muito ruins... se você for colocar na balança, para um paciente de 300kg, mesmo assim ele vai ter mais qualidade de vida após a cirurgia”. Estes tratamentos, no entanto,  são feitos atualmente somente para estudos acadêmicos.

O balão gástrico está apenas um pouco depois do tratamento clínico no 'gráfico', o que significa que a participação do paciente é muito importante: “É preciso fazer reeducação alimentar e praticar exercícios físicos. Não é indicado ao paciente, por exemplo, comer doces e tomar refrigerante, pois são alimentos que em pequenas porções têm alto índice de calorias, então eles não saciam, mas engordam”, explica o médico.



A ajuda do balão seria, então, para manter o estômago saciado: “O balão é um parceiro, uma bengala numa proposta de mudança de comportamento. (...) Quando eu coloco o balão eu estimulo os receptores de dentro do estômago que dão informação ao cérebro da saciedade, então se eu coloquei lá 600ml de balão dentro do estômago, ele não vai saber se é uma picanha ou um balão...  dá saciedade”. Com isso, fica mais fácil aderir à ideia de reeducação se o paciente estiver sem fome, que é a promessa do balão.

E como ele é apenas uma ‘bengala’, não é permanente, o balão fica de 180 a 200 dias no estômago (seis a sete meses), e há expectativa de perda de 17 a 20% do peso inicial do paciente. Segundo Dr. Maurélio, o tratamento é indicado para pacientes com sobre peso ou com obesidades nível 1 e 2.

A classificação se dá de acordo com o Índice de Massa Corporal (encontrado na fórmula peso dividido pela altura ao quadrado). Veja:

IMC (peso / altura²)

20 a 25 – peso normal
25 a 30 – sobrepeso
30 a 35 – obesidade leve (1)
35 a 40 – obesidade moderada (2)
40 a 45 – obesidade mórbida
45+ - super-obesos


Em alguns casos, obesos mórbidos ou super obesos podem utilizar o balão para emagrecer e chegar ao nível seguro para uma cirurgia. Segundo o médico, no entanto, a maior parte de seus pacientes coloca o balão para perder pouco peso:
“Cada vez mais as pessoas colocam por estética, para perder cinco, sete quilos. Agosto e setembro são os meses em que eu mais coloco balão, porque o tempo dá certinho para o verão”, conta. Nesta época, ele chega a colocar 30 balões por mês, contra 20 nos outros meses.

Pelo risco ser baixo, o balão é colocado atualmente por crianças – de doze, treze anos – até idosos de 75. Setenta por cento das pacientes são mulheres, e têm crescido o número de mães no pós-parto que colocam também: “Ele melhora a qualidade de vida das pessoas, e no caso das mães é muito eficiente quando aliado à amamentação, que também ajuda a emagrecer”, finaliza o médico.

*Dr. Maurélio é formado há trinta anos pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP). Seu consultório fica no Santa Rosa Tower, sala 106.

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