Três ladrões assaltaram o escritório de uma fazenda no município de Cláudia (580 km ao Norte de Cuiabá), nesta quarta-feira, no final da tarde, e levaram uma caminhonete Toyota Hillux, com o fazendeiro José Cesar Sabo e o engenheiro agrônomo Marcio Guise como reféns.

Houve perseguição policial. A Polícia Militar de Cláudia avisou o batalhão de Sinop, que acionou a Força Tática. Uma barreira foi feita na MT-423, a cerca de 10 quilômetros para chegar à BR-163. Mas os criminosos conseguiram furar o cerco, pois a PM não atirou com medo de acertar os reféns.

As viaturas policiais passarama cercar a Hillux, que entrou no meio de um milharal. Os ladrões começaram a atirar. A PM revidou e acertou um tiro em um dos pneus da Toyota. Mas, mesmo assim, a fuga continuava.

Criança morre após ser esquecida dentro de carro no pátio de escola particular

Um carro da Força Tática conseguiu emparelhar com a Hillux e um policial atirou no motorista, que era um dos ladrões, acertando na perna. Outros tiros de fuzil foram disparados contra o capô da caminhonete e um projétil atingiu o motor, travando-o e causando a parada do veículo.

Policial do Bope sofre tentativa de assalto, reage e atira contra criminosos

Os três ladrões foram presos. O que estava baleado, Marcos Antônio, de 21 anos, foi encaminhado pelo Corpo de Bombeiros para o Pronto Atendimento de Sinop. Ele está no Hospital Regional e corre o risco de perder a perna, já que o tiro de fuzil causou grande ferimento no local. Um dos bandidos seria de Sinop, outro de Cláudia e o terceiro de Cuiabá.

Refém relata terror

O engenheiro agrônomo que foi levado como refém junto com o fazendeiro relatou, em entrevista a emissoras de TV, que os dois passaram por momentos de terror durante o roubo e a fuga dos bandidos.

“Eu estava fazendo um serviço de rua e voltei ao escritório para desligar os equipamentos e ouvi uma conversa alta. De repente veio uma pessoa com revolver e começou a me agredir. Fui levado e colocado na caminhonete junto com meu patrão. Os ladrões estavam nervosos e ingerindo bebida alcoólica. O que estava dirigindo não tinha muita perícia com Hillux, queriam dinheiro, coisa de valor e como não conseguiram nada, conseguiram nos levar de refém”, contou.

O funcionário da fazenda disse ainda que ele e o patrão falavam para deixá-los e que levassem a caminhonete, mas eles não quiseram. Ele lembrou que o maior medo ocorreu durante a troca de tiros. “Amarraram meu patrão antes da fuga. As crianças ficaram muito nervosas. Começou a perseguição, com troca de tiros. Eu não quero nem lembrar, pois é uma sensação muito ruim. Eu fiquei só ouvindo e rezando”, disse Márcio.

A polícia disse que os três haviam se deslocado de Sinop para Cláudia para assaltar um promotor, mas mudaram de ideia e resolveram assaltar o empresário rural. Eles disseram que levariam a caminhonete para o Paraguai, para trocar por entorpecentes. A Polícia Civil vai investigar a versão.