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Quinta-feira, 13 de junho de 2024

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Bienal de São Paulo terá em 2010 encontro da arte e política como tema

Bienal de São Paulo terá em 2010 encontro da arte e política como tema
Cerca de 200 obras, 148 artistas, sete curadores e um orçamento total de aproximadamente R$ 30 milhões. Para quem há dois anos teve um andar inteiro vazio, em razão da crise que passava, a 29º Bienal de São Paulo promete muitas mudanças para a edição de 2010.


Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (1), na capital paulista, a Fundação Bienal revelou os primeiros detalhes da exposição de arte contemporânea que acontecerá entre 25 de setembro e 12 de dezembro no Parque do Ibirapuera.

O tema dessa vez será a relação estreita entre arte e política, cuja inspiração partiu de um verso do poeta Jorge de Lima, “há sempre um copo de mar para um homem navegar”. Os trabalhos expostos buscarão trazer um reflexo do lugar e do tempo a partir do momento em que foram pensados, ou seja, independem da época. Algumas deles até datam da primeira metade do século 20, o que é claro com a escolha do modernista Flávio de Carvalho (1899-1973).

“Buscamos ampliar o entendimento do que é contemporâneo. São obras que nos fazem entender melhor a complexidade do mundo”, explica Moacir dos Santos, curador-chefe ao lado de Agnaldo Farias. Segundo dos Santos, a opção por muitos artistas brasileiros e latinos se deve a atual conjuntura política do continente no cenário mundial. “O que nos interessa é a arte que nos faça ver o mundo de forma indiferente. Tomar partido explicitamente não é a nossa missão".

Dentre os selecionados de fora da América do Sul, vale destacar a presença do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2010.

Terreiros e pichadores
De acordo com Farias, uma preocupação da 29ª Bienal de São Paulo foi a de criar “uma exposição que não fosse meramente contemplativa e que tentasse recuperar o debate e a celebração do encontro entre a arte e a política”.

Nasceram daí subtemas, batizados de terreiros: seis espaços de convívio que terão programações oficiais ou não, afinal, serão espaços livres de música, dança, teatro, literatura, fotografias, projeções audiovisuais e até de descanso. “Serão um laboratório de uma grande exposição de artes”, resume Farias, que apontou a possibilidade de obras serem expostas fora do Pavilhão da Bienal ou mesmo do Parque do Ibirapuera.

Tais ambientes servirão para as apresentações dos trabalhos de pichadores, que foram convidados para participarem desta edição. Na anterior, o Pavilhão da Bienal foi invadido por um grupo de 40 deles, que picharam as paredes do local, o que rendeu uma enorme polêmica então.

Ao contrário do que se imagina, eles não irão realizar pichações, mas terão seus trabalhos expostos por meio de fotografias ou vídeos documentais. "Eles se interessaram pela questão política dessa edição, pois eles já picharam aqui. Não sabemos dizer se o que eles fazem é arte ou não. A participação deles nos interessa por ser uma produção vinda das ruas, com uma produção potente e de voz muito ruidosa", explica dos Anjos.

Apesar de ter sua obra “Caminhando” relacionada anteriormente na 29ª Bienal de São Paulo, Lygia Clark (1920-1988) acabou ficando de fora da lista final na última hora – segunda-feira (31), no caso. Segundo os curadores-chefe, a ausência dela aconteceu devido à enorme lista de imposições feitas pelos responsáveis pela obra da artista plástica. “Queriam controlar até quem poderia escrever sobre ela. Ela é uma ausência que será pura presença”, garantiu Farias.
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