O ministro Fernando Haddad (Educação), em entrevista concedida há pouco, admitiu o furto de uma prova digital do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em São Paulo, e, por conta dos "fortes indícios" de que o vazamento ocorreu de fato, confirmou também o cancelamento dos exames, que estavam marcados para o final de semana em todo o país. Asseverou ainda que vai exigir uma apuração rigorosa de todos os procedimentos adotados pelo consórcio responsável pela confecção, elaboração e aplicação das provas.
"A prova impressa, com certeza, passou uma gráfica e é isso que a Polícia Federal deverá investigar. Nós já pedimos a abertura de um inquérito devido a gravidade dos fatos, porque ninguém havia um material impresso, apenas digital. Tudo vinha sendo monitoriado dentro da gráfica", declarou Haddad. O ministro observou ainda que "até ontem não havia indícios de fraude".
Cerca de 4,1 milhões de candidatos realizariam o Enem. Em Mato Grosso, mais de 190 mil estudantes estavam inscritos. A expectativa do Ministério da Educação é realizar uma nova prova em 45 dias. O jornal “
O Estado de São Paulo” foi quem denunciou o furto. Uma jornalista do periódico paulista foi procurado por um homem que disse ter as duas provas que seriam aplicadas no final de semana.
Segundo o ministro, as pessoas envolvidas no furto "não estavam preocupadas em se esconder, pois se encontraram em um local público para tentar a negociação das provas". "Queremos a colaboração máxima do jornal porque só assim poderemos chegar rapidamente a esta pessoa", apelou o ministro.
Em relação aos prejuízos, o ministro avalia que a empresa poderá ser responsabilida e arcar com a confecção e impressão de novas provas. A impressão custa o equivalente a 30% do valor do contrato, superior a R$ 110 milhões.
Ainda segundo Haddad, as provas do Enem estavam no fim da fase de impressão e já estavam sendo distribuídas em algumas regiões.
Mais informações em instantes/Primeira atualização às 11h27