Esta sexta-feira (5) tem sido agitada para grande parte dos colégios e cursinhos de todo o Brasil devido ao resultado dos aprovados na primeira etapa do SiSU (Sistema de Seleção Unificada). Em Cuiabá a situação parece ser agravada, onde a euforia dos aprovados mistura-se com um ar de desolação. O motivo disso é a queda drástica nas aprovações na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Segundo o diretor do colégio Master, Paulo Roberto Andrade, 14 alunos da sua escola foram aprovados em Medicina em 2009, e apenas dois conseguiram este feito em 2010. Enquanto isso, o Máxi, com 13 ingressos em Medicina no ano anterior, também anotou apenas duas aprovações este ano. A queda foi de aproximadamente 76% em ambos os cursinhos.

“As aprovações deste ano na UFMT têm de ser muito mais comemoradas do que nos outros anos. Nós concorremos com um país inteiro”, afirmou o professor Andrade, enquanto corria para entregar a camisa de aprovado para um dos alunos. Ele imagina que esses números possam servir de estimativa para todos os outros cursos.

Em uma pequena pausa da correria, Andrade comenta o fato da UFMT ter sido a Universidade com maior número de inscritos em todo o Brasil. Ao total, 56.703 candidatos se cadastraram para concorrer às 5.008 vagas oferecidas pela universidade em 97 cursos.

O diretor do Master tem sido um duro crítico da UFMT desde a adesão ao SiSU. Segundo ele toda essa ‘sobrecarga’ na concorrência era previsível. A causa seria o fato da federal de Mato Grosso ser única instituição do Centro-Oeste a aderir ao sistema, além da maior em todo Brasil.

Ideia oposta

Enquanto Paulo Roberto Andrade mantém a postura de crítico ao processo de seleção unificada, o coordenador do curso pré-vestibular e orientador dos terceiros anos do Colégio Salesiano São Gonçalo, João Dias, prefere comemorar os bons resultados que obteve. Com quatro aprovações em medicina na UFMT, o colégio de costumes católicos quebrou um longo jejum sem qualificados para este curso.

“Fazia muito tempo que não tínhamos uma aprovação em medicina. Além da UFMT, tivemos mais nove aprovações em todo o Brasil”, celebrou o professor, em entrevista por telefone ao Olhar Direto. Para ele, o método é bom para aqueles que trabalham “forte”.

Inclusive, o colégio salesiano teve duas aprovações em medicina de alunos que saíram direto do terceiro ano. Ainda mais surpreendente foi a admissão de um aluno do segundo ano. “O João Pedro Schmitt passou direto do segundo ano para medicina na UFMT”.

O único problema pontuado por João Dias no SiSu é o fato da UFMT ser a única grande universidade federal a aderir ao sistema. Isso, segundo ele, aumentou consideravelmente a concorrência. “Tem que ser uma coisa mais geral, democrática. Mas nós gostamos do sistema”, concluiu.

As outras escolas e cursos

Já o Colégio Isaac Newton (CIN) não divulgou nem mesmo dados preliminares sobre os aprovados. O curso pré-vestibular Anglo e a Escola do Farina alegaram que as pessoas responsáveis pelo setor estavam ocupadas ou ausentes.

Confira os nomes dos aprovados em medicina dos Colégios São Gonçalo e Master:

Master

Cinthia Maria Falbo Domini
Rafael Pereira Guimarães

São Gonçalo

Ildson Botelho da Costa Campos
João Pedro Schimitt Silva (Direto do 2º ano)
Marlon Felipe Arangon (Direto do 3º ano)
Matheus Guedes Novaes (Direto do 3º ano)