O Fórum Sindical decidiu rejeitar a proposta do governo estadual de mudar a data de pagamento dos salários dos servidores para o dia 10 do mês subsequente, ao invés do último dia útil do mês trabalhado, como ocorre atualmente. Segundo a assessoria, a posição será apresentada em reunião com o secretário de Gestão (Seges), Julio Modesto, na manhã desta quinta-feira (7), no auditório da Secretaria de Planejamento (Seplan).

Leia mais:
Governo propõe ao Fórum Sindical parcelar novamente a inflação e mudar data do salário e 13º
 
Os sindicalistas também esperam a participação dos secretários Marco Marrafon (Planejamento), Paulo Brustolin (Fazenda), Carlos Rocha (adjunto da Sefaz) e do governador Pedro Taques (PSDB). O presidente do Sindicato dos Fiscais do Procon do Estado (Sifiscon), Rogério Chapadense, foi eleito pelo grupo como o interlocutor do Fórum na reunião.

Segundo Chapadense, as medidas propostas pelo governador vão piorar a vida econômica dos servidores e, consequentemente, a economia do Estado, uma vez que os funcionários têm sua vida organizada há vários anos com a data de pagamento no último dia útil do mês. Ele avalia que, com a mudança, os servidores vão atrasar seus pagamentos e pagar juros e multas por atrasos e o comércio fica sem receber.

A decisão de que as 23 entidades que compõem o Fórum vão lutar para manter o calendário atual de pagamento foi tomada durante reunião na tarde da última quarta-feira (6), na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal (Sintap). Na ocasião, os sindicalistas também debateram outras propostas do governo que afetam o bolso dos servidores.

Entre elas, está o parcelamento da diferença da Revisão Geral Anual (RGA) 2015 e o pagamento integral da RGA 2016, que corresponde às perdas inflacionárias de 2015. Chapadense afirma que a RGA não pode ser alterado pelo governo porque está previsto em lei. A proposta de mudar o pagamento do 13º salário para o final do ano também não foi bem recebida pelos sindicalistas, que avaliam que a mudança pode acarretar na diminuição de injeção de valores no comércio ao longo do ano.

Uma nova reunião do Fórum esta agendada para as 14h desta quinta, para debater o que for oficialmente proposto pelo governo durante a manhã e as estratégias para evitar a mudança da data de pagamento. 

Fluxo de caixa

De acordo com a assessoria da Seges, o objetivo é adotar medidas que garantam o pagamento dos salários dos servidores estaduais em dia, pois com a crise econômica que afeta o Brasil, alguns estados não estão mais conseguindo pagar a folha de forma regular.

A proposta mais importante para o governo é a mudança da data de pagamento, que atualmente é no último dia útil do mês, e o governo quer passar para o dia 10 de cada mês. Isso porque, conforme a Seges, o fluxo de caixa faz com que o estado tenham mais recursos no dia 10 do que no dia 30. Os depósitos de recursos provenientes da Petrobras, por exemplo, cerca de R$ 100 milhões, entram em caixa todo dia 10.