Não sobrou ninguém para a contar a história, diziam os antigos quando uma entidade ou organização era esvaziada, por diferentes motivos. Talvez soe como exagero, para alguns, aplicar a metáfora ao Diretório do PSB de Mato Grosso, mas a canetada do presidente da Executiva Nacional, Carlos Siqueira, destituiu todos os cargos da legenda, inclusive os ligados ao ex-prefeito Mauro mendes, presidente de honra.
Na decisão, foram destituídos os deputados federais Fábio Garcia (presidente) e Adilton Sachetti (vice). Na mesma canetada, também saíram os deputados estaduais Max Russi (Secretário de Finanças do PSB), atual titular da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setas); Eduardo Botelho (Secretário de Movimento Partidário do PSB), atual presidente da Assembleia Legislativa; e Oscar Bezerra (Secretário de Organização Partidária).
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Foram destituídos porque Garcia e Sachetti contrariaram a Executiva Nacional e votaram favorável da reforma trabalhista. O diretório nacional do PSB havia orientado todos os parlamentares a se posicionarem contrários ao texto proposto pelo presidente Michel Temer (PMDB).
A assessoria do diretório nacional do PSB observou que ainda não existe uma decisão formal de Carlos Siqueira sobre o futuro da legenda, em Mato Grosso, mas é quase certo que seja nomeado um interventor, antes de se definir os novos membros do diretório. A destituição de todos os membros foi feita em um único ato e encaminhado à Justiça Eleitoral, na semana passada.
Carlos Siqueira levou em consideração o fato de que aqui no Estado, havia, na verdade, uma comissão provisória. Segundo o regimento interno, para ser formado um diretório regional fixo, é preciso ter 5% do total de votos para deputado federal no Estado. Entretanto, o PSB de Mato Grosso não teria atingido o quociente necessário.
Todos os 14 deputados federais do PSB que votaram a favor da reforma, inclusive Fábio Garcia, correm o risco de serem expulsos. Eles responderão a representações internas protocolizadas por filiados, na Comissão de Ética do PSB. Existem diversas representações pedindo a punição dos favoráveis à reforma, entre elas até mesmo a expulsão.