Os vereadores de oposição ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), tentaram fazer um protesto nesta quinta-feira (16) contra a decisão da justiça que suspendeu os trabalhos da Comissão Processante contra o prefeito, no entanto, os parlamentares da base não compareceram à sessão. Os trabalhos foram suspensos e o manifesto dos colegas ficou restrito às entrevistas concedidas aos jornalistas, sem o uso da tribuna.

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A oposição compareceu ao plenário com nariz de palhaço para mostrar a indignação com a suspensão da investigação que pode culminar na cassação de Emanuel. Os parlamentares relatam que desde o primeiro mandato do emedebista tentaram 17 vezes abrir uma processante com objetivo de afastar o prefeito da cadeira de chefe do Palácio Alencastro, mas no momento que conseguem abrir uma comissão processante, são impedidos pela justiça.

“Já votamos, a oposição, 17 vezes para pedir o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro. Agora saiu uma decisão da primeira instância suspendendo os trabalhos, a gente é cobrado pela população de Cuiabá nas ruas, a gente está se sentindo como palhaços, quem quer trabalhar na Câmara Municipal está sendo impedido”, protestou Dilemário Alencar (União), durante entrevista.

A vereadora Michelly Alencar (União) comentou que os únicos parlamentares presentes na sessão eram os de oposição e que os integrantes da base decidiram não comparecer no sentido de calar quem tem posicionamento crítico ao prefeito, diante de um momento de instabilidade política na cidade.

“Hoje a população padece e sofre e agora era hora dessa manifestação, agora era hora de a população ter voz dentro dessa Casa. Mais uma prova de que está gestão, de que a base do Emanuel Pinheiro, está querendo calar. Nós temos 25 vereadores, os únicos vereadores em plenário, tirando o presidente e o secretário, são os vereadores da oposição, nós estamos cansados de sermos os únicos a estarem para debater”, disse.

Revoltado, Demilson Nogueira (PP) voltou suas críticas a área da Educação. Ele destacou que foi aprovado diversos requerimento de convocação da secretária Edilene Machado para dar explicações sobre gargalos do setor, mas todos os pedidos são ignorados.

“A secretária sequer tem coragem de vir aqui, esse plenário não a deixa vir. Será que tem algo para esconder? É por isso que nós estamos hoje com cara de palhaço aqui, mas nós não somos palhaços porque representamos a sociedade cuiabana”, frisou.

Nesta quarta-feira (15), o juiz Márcio Aparecido Guedes, da 2ª Vara Especializada da Fazenda Pública, acatou o pedido da defesa do prefeito e pediu a paralisação da Comissão Processante após ter verificado falta de clareza e precisão da denúncia acerca da incidência de infração político-administrativa. A decisão foi proferida no momento em que os membros da processante realizavam oitiva com as testemunhas de defesa do prefeito. Os trabalhos tiveram que ser suspensos.