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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Dilma ainda não consegue votos femininos, diz pesquisa

A campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República desenha uma estratégia para tentar reverter a desvantagem que a ex-ministra da Casa Civil tem nas pesquisas de intenção de voto entre o eleitorado feminino.


O esforço é importante. Dados do Tribunal Superior Eleitoral indicam que as mulheres são a maioria (51,81%) entre os 134,8 milhões de eleitores brasileiros.

Os partidos que sustentam a candidatura de Dilma decidiram estabelecer um comitê nacional conjunto com suas lideranças femininas, a fim de criar uma agenda de campanha especificamente voltada às mulheres. Dilma também deverá contar com o mesmo tipo de comitê suprapartidário em cada uma das 27 unidades da federação.

"O discurso será de igualdade entre homens e mulheres no trabalho, na vida cotidiana, na vida profissional e em todos os segmentos da sociedade", afirmou a secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Moriére."Vamos fazer material específico para mostrar para a mulher o porquê de se eleger uma mulher presidenta do Brasil", completou.

Algumas iniciativas já estão em andamento. Segundo Laisy Moriére, em agosto deve ocorrer um evento nacional para aproximar Dilma do público feminino. Em setembro, os comitês estaduais organizarão uma série de passeatas. A candidata deve participar de parte delas, acrescentou a secretária petista.

A própria Dilma já deu início ao movimento. Reuniu-se com influentes integrantes da sociedade brasileira. Primeiro, em um encontro com amigas de Geyze Diniz, mulher do empresário Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, e depois com convidadas de Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, das Organizações Globo.

A ex-ministra também atua para evitar ser alvo de preconceito do público masculino. Na terça, discursando durante a inauguração de seu comitê nacional, Dilma citou argumentos que teria ouvido de uma eleitora para assegurar que seu governo não seria voltado apenas à parcela feminina do país: "Nós, mulheres, somos 52%. Os outros 48% são nossos filhos, daí porque fica tudo em casa e mulher não discrimina ninguém".

Em outro front, a campanha governista também pretende usar experiências do vice de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Segundo fonte do PMDB, as propagandas da dupla ressaltarão, por exemplo, que Temer criou a primeira delegacia de defesa da mulher do país quando foi secretário de Segurança do Estado de São Paulo.

Mulheres demoram a decidir
A pesquisa mais recente do Ibope, divulgada em 4 de julho, mostrou Dilma empatada com seu principal adversário, o tucano José Serra, ambos com 39% dos votos. Marina Silva (PV) apareceu com 10%. No corte por gênero, a petista tem 34% de preferência entre as mulheres, contra 41% de Serra. A situação se inverte entre os entrevistados do sexo masculino, com 44% para Dilma e 36% para Serra.

A diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari, lembrou que historicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral de Dilma, também teve uma preferência menor do eleitorado feminino do que seus adversários. Ela ponderou, no entanto, que ainda é cedo para dizer se Dilma também herdará do presidente essa característica eleitoral. Segundo Márcia Cavallari, não há nas pesquisas sinais de que as eleitoras deixam de votar em uma mulher por preconceito, até porque a imagem das políticas em geral é positiva por elas "terem preocupação com a área social, lidarem bem com o dinheiro, serem organizadas e menos corruptíveis".

Além disso, explicou a executiva do Ibope, as mulheres decidem mais tarde em quem depositarão seus votos e são mais sensíveis a temas que têm impacto direto na vida familiar, como o abastecimento de água em casa, saneamento básico, educação dos filhos e sistema de saúde. "As mulheres têm uma simpatia melhor pelo candidato José Serra por remeter a ele a questão de quando ele era ministro da Saúde, com os genéricos", comentou.

A mais recente pesquisa do instituto revelou que 9% das mulheres estão indecisas, contra 5% de homens que não souberam responder quando perguntados se votariam em Serra, Dilma ou Marina.

Desde a redemocratização, apenas quatro mulheres se candidataram à Presidência. A ex-senadora Heloisa Helena (PSOL) foi até agora a que teve melhor desempenho. Em 2006, ela atingiu 6,85% dos votos válidos.
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