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Sábado, 18 de maio de 2024

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Fábrica clandestina de fogos explode e destroi 3 casas na BA

Uma fábrica clandestina de fogos de artifício explodiu na noite de sexta-feira, no bairro de Santa Madalena, periferia do município de Santo Antônio de Jesus (a 185 km de Salvador), pólo da produção de fogos no interior da Bahia.


A fábrica funcionava no quintal de uma casa, rodeada por árvores, onde mulheres produziam traques de riscar. Sem qualquer tipo de segurança, a tenda improvisada explodiu assim que as mulheres acabaram a fabricação do dia. Ninguém ficou ferido, mas a explosão foi tão forte que destruiu três casas, num raio de 30 m.

A Defesa Civil do município suspeita de que uma combustão tenha causado a explosão. Vizinhos não souberam dar mais informações sobre o que poderia ter provocado o acidente.

A dona de casa Tereza Pereira dos Santos, que mora ao lado da fábrica, contou que a explosão foi tão forte que rachou paredes, derrubou mantimentos do armário e destruiu o telhado e o quintal da casa dela.

"Eu estava na frente de casa retirando as roupas do varal com minha filha. Já era de tardezinha quando a gente ouviu a explosão. Foi tudo muito rápido. Gritei e saí correndo. De longe vi minha casa caindo e uma fumaça preta no céu saindo da casa vizinha", disse. Tereza perdeu ainda móveis, geladeira, televisão e armários.

Para as autoridades, o maior problema da produção dos fogos de artifício na região são as milhares de fabriquetas informais espalhadas pela zona rural de Santo Antônio de Jesus, onde se encontram irregularidades ainda mais graves.

As fábricas funcionam sem autorização, em instalações precárias e sem a mínima segurança. No município, a fabricação clandestina de fogos de artifício é uma atividade que vem sendo praticada sem respeitar qualquer norma de segurança ou fiscalização. No fundo de quintal ou nas portas de casa, qualquer lugar é usado por milhares de famílias para se produzirem fogos, principalmente o traque de riscar e o estalinho, que envolve pessoas de várias idades, incluindo crianças e idosos.

São cerca de 500 fábricas ilegais na cidade
Só no município, segundo dados do Movimento 11 de Dezembro (criado após a explosão de uma fábrica clandestina que matou 64 pessoas), são 500 fábricas na ilegalidade. Dados da Associação dos Produtores de Fogos de Santo Antônio de Jesus e Região (Asfogos) dão conta da existência de cerca de mais de cem fábricas clandestinas.

Segundo a Asfogos, somando-se os legalizados, Santo Antônio chega a produzir anualmente quase 50 t de fogos. O silêncio e a entrada clandestina da matéria-prima são os principais obstáculos à atuação dos órgãos fiscalizadores.

De acordo com a Polícia Civil, a fiscalização só pode ser feita após denúncias da população, já que a maioria das fábricas são ilegais. Por sua vez, o Exército diz que só pode fiscalizar as fábricas legalizadas.

Segundo Ana Maria Santos, presidente do Fórum de Direitos Humanos de Santo Antônio de Jesus (FDH/SAJ), a fábrica existe há mais de um ano.

"Vamos fazer uma petição falando sobre a clandestinidade que acontece na região, principalmente em Santo Antônio, a falta de fiscalização e a negligência dos órgãos responsáveis pela omissão. Sempre informamos que a clandestinidade continua sendo fiel a esse sistema e as autoridades nada fazem. Só porque não feriu ninguém não apareceu uma autoridade no local? É preciso morrer mais 64 pessoas?", lamentou.

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