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Sábado, 27 de abril de 2024

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Premiado ?

Após denúncias, Blairo Maggi apenas transferiu Migliari de cargo

Antes mesmo da Operação Jurupari - deflagrada pela Polícia Federal em combate a crimes ambientais - várias denúncias de procedimentos irregulares já pesavam sobre Afrânio Migliari, preso pela PF e tido como um dos "cabeças" do esquema. Quando as primeiras suspeitas começaram a surgir, Migliari, secretário-adjunto de Mudanças Climáticas da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), foi apenas transferido de pasta, ganhando novo cargo de adjunto na Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder).


A determinação, na época, foi do então governador Blairo Maggi (PR), segundo revelou o secretário de Meio Ambiente, coronel Alexander Maia, em entrevista à imprensa durante o lançamento da Semana do Meio Ambiente, na manhã desta terça-feira (08).

“Quando eu estava na Casa Militar recebi várias denúncias de que havia procedimentos irregulares por parte do Afrânio. Maggi determinou o afastamento imediato dele”. Em dezembro de 2009 Afrânio passou a adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder). O ex-adjunto foi exonerado da função nesta terça-feira (08).

Segundo o coronel, mesmo havendo várias denúncias, não existiam provas concretas. “Eu recebia denúncias dizendo que as coisas na Sema só andavam se o Afrânio estivesse no meio e que ele queria a parte dele, mas eu não tinha nada palpável”, afirmou.

Em conversa com o delegado da PF que conduzia as investigações, Franco Perazzoni, Maia chegou a lamentar o fato de não ter tido provas suficientes para fazer uma denúncia formal contra Afrânio. "Eu estava conversando com o Perazzoni e disse que é uma pena que nós não tivéssemos prendido ele (Afrânio) na época", disse.

O ex-secretário de Mudanças Climáticas é acusado de liderar o esquema de fraude em licenciamentos ambientais ocorrido na Sema, desbaratado pela Polícia Federal durante a Operação Jurupari. Ele teve os bens seqüestrados no valor de R$ 403 milhões, relacionado ao dano ambiental causado por ele em 38 empresas e empreendimentos, beneficiados pelos atos ilícitos.

A Polícia Federal pode constatar pelas investigações que Migliari agia para conseguir a aprovação de requerimentos de interesse dos proprietários/empreendedores, inclusive cuidando pessoalmente da condução dos feitos administrativos.

Migliari é proprietário de uma empresa que comercializa madeira proveniente de planos de manejo (Comol Comercial de Madeiras Ltda-ME), que acompanhava e aprovava dentro da Sema, além de cooptar clientes para a empresa Mapear Imagens e Projetos Ambientais Ltda, também em seu nome.

As investigações da Polícia Federal constaram que Afrânio demonstra intensa relação com o setor madeireiro, notadamente com o Sindicato dos Madeireiros em Sinop e os titulares dos empreendimentos florestais de forma geral.
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