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Quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Mário Marques fala sobre a fantasia criada em torno do casamento real

Um conto real


Fazer o quê?, embarco também na carruagem, pois que o conto de fadas voltou a ser assunto da moda, do qual muito já se falou de sexta-feira para cá e muito mais vai se falar. E tomara – são os meus votos de humilde súdito - continue em evidência e preenchendo pautas e mais pautas do noticiário e satisfazendo a avidez de bilhões de pessoas mundo afora carentes de um mínimo de sonho e fantasia em suas vidas sobressaltadas.

Mais do que tema de conto da carochinha para fazer moçoilas (e muitos marmanjos e marmanjas também) se emocionar, como alguns mais realistas que o rei podem interpretar, as cenas dignas de novela do casamento do príncipe William com a ex-plebéia Kate Middleton, o assunto pode muito bem servir de contraponto à enxurrada diária de notícias carregadas pelas nuvens sombrias de crises, guerras e a desgraça terrorista, além da bandidagem à solta (este, já um caso tipicamente brasileiro).

Nestes tempos bicudos, fantasias de reis, rainhas, príncipes e princesas de meras e passageiras pantominas carnavalescas não são suficientes para tirar nossas atenções focadas para a violência e a miséria que nos rodeia e ronda nosso cotidiano. Quatro dias de Carnaval é pouco, além de que, por mais popular e famosa que seja a festa, não se trata propriamente de um evento tão globalizado como um casamento repleto de pompa e esplendor, refinamento e gala, enfim, como os que só acontecem patrocinados pela realeza britânica.

Mestre, por sinal, nesse tipo de cerimônia. Sem falar que os personagens são de verdade, saem de castelos, desfilam em carruagens de luxo – e não encarapitados em carros alegóricos, que às vezes quebram no trajeto - e não descem os morros para os sambódromos da vida... Para caírem, literalmente, na real tão logo passe e ressaca na quarta-feira de cinzas. Período no qual a grande maioria dos integrantes dessa corte de plumas e paetês desaparece no anonimato de suas existências comuns, ao mesmo tempo em que a farra momesca, também vai perdendo força em todas as mídias.

Já a outra festa de fantasia, a da realeza, pode durar até menos que o carnaval, mas a sua repercussão é bem mais duradoura. Rendendo pano pras mangas, desculpem, dos comentários midiáticos, com imagens solenes, porém deslumbrantes (e nisso reside o sucesso da festança: sobriedade mesclada com luxo). E o que é melhor, para os ingleses, é claro, os gastos públicos do governo inglês com o evento é o que se pode chamar de investimento e não despesa perdulária, como alguns desavisados podem interpretar.

Segundo outros informes, estes menos fantasiosos, cerca de quase dois milhões de turistas do mundo todo desembarcaram na ilha para assistir, ainda que à distância ou através de telões estrategicamente postos nos locais de maior aglomeração, o “sim” de William e da recatada e elegante Kate. E despejaram bilhões de dólares na economia inglesa – um fluxo de dinheiro mais vital ainda, considerando que a Inglaterra também sofre os efeitos da crise econômica que abala o chamando Velho Mundo.

Velho, sim, porém não ao ponto de jogar dinheiro fora.

Mário Marques de Almeida é jornalista. www.paginaunica.com.br. E-mail: mario@paginaunica.com.br
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