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Sábado, 04 de maio de 2024

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ENTREVISTA

Federação de Poker quer dar fim ao preconceito e valorizar jogo em MT

Foto: Assessoria

Federação de Poker quer dar fim ao preconceito e valorizar jogo em MT
A recém-criada Federação Mato-Grossense de Texas Hold’em elegeu para seu 1º presidente o empresário Sérgio Motta. Serjão, como é conhecido, é jogador patrocinado pelo site ROX e já jogou milhares de torneios on-line e ao vivo.


Procurado pela reportagem do Olhar Direto, concedeu uma entrevista exclusiva sobre como funcionará o clube e, principalmente, a respeito do combate contra o preconceito ao jogo.

Serjão defende que o Poker, em verdade, não seja tratado como um jogo de azar, mas sim de habilidade. Além disso, não deve ser confundido com jogos de cassinos. Para ele, não é apenas desinformação e sim maldade de algumas pessoas. Por isso, ele convida as pessoas a conhecerem o clube para acompanhar o campeonato.

Vale destacar ainda que o Poker nos Estados Unidos é muito valorizado com transmissões pela ESPN dos campeonatos, que têm premiações milionárias. 

Confira a íntegra da entrevista:

OLHAR: Qual a missão da Federação de Poker?

MOTTA: A primeira é combater o preconceito com informação. O jogo de poker, na modalidade Texas Hold’em não é jogo de azar e sim de habilidade, um esporte mental, com reconhecimento nacional e internacionalmente, pelo mesmo comitê que classificou o xadrez e o gamão. Será incluído nas olimpíadas, inclusive.

OLHAR: Por que há esse preconceito?

MOTTA: As pessoas confundem o poker com jogos de cassino, como bacará, black jack, misturando todos com outros jogos típicos praticados no Brasil, como pontinho, cacheta, enfim. Mas esse tipo de confusão é normal. Mas algumas vezes, não é preconceito, é malícia. Dizer que o poker é “jogatina” e que promovemos cassinos clandestinos não é apenas desinformação e sim maldade. Em nome da Federação, convidamos todos, de jornalistas, polícia, promotores e juízes para ver um campeonato e concluírem se é jogo de sorte ou azar e como se desenrola o esporte, na prática.

OLHAR: E onde se joga em Cuiabá?

MOTTA: O poker é o esporte que mais cresce no Brasil e provavelmente o que mais cresce no mundo. Há milhões de jogadores on-line e outros milhares jogando ao vivo, em clubes especializados. Em Cuiabá, temos o All In que tem alvará de funcionamento, além de ter comunicado todas as autoridades de segurança da estrutura de torneios e suas atividades, abrindo as portas para toda a imprensa, exatamente como orienta a Federação. E não apenas em Cuiabá. Em Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Alta Floresta, Sorriso, Jaciara, e muitas outras cidades pratica-se o poker.

OLHAR: Mas o jogo não vicia? Todos não têm o mesmo objetivo que é faturar em cima do jogador?

MOTTA: Não. Nos jogos de cassino, o jogador quer ganhar da casa, ou seja, há uma disputa entre dois pólos apenas, sendo que o cassino sempre terá uma vantagem matemática contra o jogador, por menor que seja. No poker, há muitos cálculos matemáticos, sendo que os jogadores disputam contra si próprios, nunca contra o clube. Este último só gerencia torneios, arrecadando um porcentual sobre a premiação total. Não promovemos jogo a dinheiro, típico de outras modalidades. Quando o jogador faz a sua inscrição, a ficha não tem valor monetário, fato que limita o esportista a disputar o total da arrecadação e não jogar dinheiro a cada mão.

OLHAR: Recentemente, a Polícia Militar deflagrou uma operação que prendeu várias pessoas em cassinos clandestinos de Cuiabá? Como diferenciar jogo lícito do ilícito?

MOTTA: Parabenizamos a PM de Mato Grosso. Parece que havia drogas, prostituição e jogo. Onde jogamos, frequentam famílias, pais e filhos, esposas, enfim... Ninguém faz uso de nenhuma droga e é proibido inclusive fumar. O jogo da apreensão nada tem a ver com o Texas Hold’em, modalidade que praticamos e não havia qualquer autorização do poder público para fomentar tal atividade. A Federação de Texas, juntamente com o Clube All In, colocou-se à disposição dos poderes públicos ligados à segurança para fiscalizar todas as atividades ligadas ao poker amador e profissional. Quem não deve não teme e não temos nenhuma razão para ficarmos apreensivos. Agora, o que não dá pra aguentar são os comentários maldosos de quem não conhece o esporte. No momento certo, iremos responder.

OLHAR: Então, o poker não é clandestino...

MOTTA: Não, de forma alguma! Jogo há anos na internet e ao vivo. O Campeonato Brasileiro é realizado em muitas cidades, todas com alvará municipal, estadual e, em alguns casos, judicial. Quem abre os eventos é o próprio Secretário de Esporte do local.Em Mato Grosso, já promovemos etapas de torneios, com alvarás da Secretaria de Segurança e até judiciais, isso no ano de 2011 para deixar todos os seus leitores atualizados. Há autorizações de delegados de polícia e muitas famílias jogam conosco. Não há porque esconder nada. Por exemplo, o All In já foi filmado muitas vezes em matérias que saíram na televisão e nos jornais de Mato Grosso, além de umas três revistas de circulação regional.

OLHAR: Quantos jogadores há em Mato Grosso?

MOTTA: Temos 600 jogadores cadastrados. E nossa previsão é chegar a 1.000, ainda esse ano.

OLHAR: E como funciona um torneio?

MOTTA: O jogador faz a sua inscrição no caixa e recebe a informação da mesa e da posição onde vai sentar. Dirige-se e lá recebe as fichas em quantidade que varia conforme o torneio. Os blinds que são pingos obrigatórios vão subindo de 20 em 20 minutos em média. Os jogadores vão se eliminando mutuamente, até sobrarem apenas nove que farão a mesa final do torneio.

OLHAR: Há algum campeonato estadual marcado?

MOTTA: Sim, temos a primeira etapa do Circuito Mato-Grossense, 1º campeonato federado, no dia 17 a 19 de Junho, esperando 150 esportistas para elaborar nosso primeiro ranking estadual. Vamos convidar o Secretário de Esportes para a abertura, assim como aconteceu com o Circuito Brasileiro no Paraná e em São Paulo.

OLHAR: E quais os próximos passos da Federação?

MOTTA: Confederar todos à CBTH, trazermos torneios nacionais para Cuiabá, cadastrar todos os nossos jogadores, elaborar cartilhas explicativas para a sociedade e organizar palestras e eventos para que outras pessoas aprendam a beleza do poker. Esse ano de 2011, vamos nos consolidar.

OLHAR: Há alguma regra ética para o jogo de poker?

MOTTA: Ser sociável, educado, ter autocontrole e jamais, jamais exceder-se numa mesa. Há punições para bebidas, por exemplo. Não suporto gente bêbada. E, mesmo sendo um fumante, é impossível conviver com um, numa mesa de poker. As pessoas precisam entender que poker é um jogo social, nobre, de confraternização. Não tem como objetivo quebrar ninguém, nem muito menos comprometer a vida doméstica. É preciso jogar com responsabilidade. Essa é a maior lição – disciplina e responsabilidade.
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