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Juiz diz ter casa "invadida" e sofrer ameaça de quadrilha de policiais

30 Jun 2011 - 09:24

Da Reportagem local - Alline Marques/ Da Redação - Julia Munhoz

Foto: Julia Munhoz/OD

Juiz diz ter casa
O juiz da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande revelou que teve sua casa ‘invadida’ por um suspeito ligado a uma quadrilha que envolvia policiais. O suspeito teria ido até a residência do magistrado no dia 7 de janeiro e informou a um funcionário que tinha um recado do presídio de Santo Antônio do Leverger (cadeia para os policiais condenados) para entregar ao juiz, que não estava no momento.


“Eu não estava em casa e foi isso que me salvou. Esta pessoa mostrou a cara e até hoje não tenho um retrato falado”, afirmou em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (30), ao reclamar da falta de providências por parte do Estado.

O juiz contou que logo após a ‘visita’ passou 60 dias em São Paulo aguardando que lhe fosse dado o direito de andar com seguranças. Atualmente, um policial militar guarda a vida do magistrado, que já entregou uma lista para a Corregedoria da Polícia Civil com o nome de vários policiais civis e militares condenados por vários crimes ao longo dos últimos sete anos.

Mesmo andando com segurança o magistrado informou que não possui residência fixa. Ele já se viu obrigado a dormir em hotéis e até na casa de outros juízes. “Eu nunca pensei em desistir da magistratura, mas temo não só pela minha vida, mas principalmente pela vida de minha mãe, que tem 87 anos e dificuldades para andar, e minha esposa. Temo que algo aconteça como ocorreu com o juiz Leopoldino e com o empresário Sávio Brandão”, ressaltou, ao lembrar que ambos foram assassinados muito tempo depois de terem feito graves denúncias.

“A vingança se perpetua e não posso descuidar de minha segurança, se me tirarem esse policial ai sim deixarei a magistratura”, pontuou o magistrado.

Mesmo temendo pela sua vida e de familiares, o juiz garante que pretende continuar exercendo a magistratura, pois só assim dará uma resposta à sociedade e aproveita para reivindicar que os magistrados tenham direito à segurança, e não apenas quando é ameaçado.

O magistrado disse que foi avisado do atentado por uma moça que é namorada de um preso e filha de uma servidora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Segundo ele, o homem que foi visto até sua casa ainda rondou pelo bairro por mais duas vezes em uma moto. O juiz informou que o homem tinha tatuagem no braço e cabelo "asa delta" e teria dito a outras pessoas que retornaria para matá-lo.

Sobre os motivos pelos quais demorou a procurar a imprensa e tornar o fato público, o magistrado alega temer pela sua segurança e ainda questionou: "Eu pergunto a vocês, será que estou mais seguro agora?".

O juiz foi responsável pelos mandados de prisão e o julgamento das 18 pessoas durante a Operação Balista, que também tinha envolvimento de dois policiais. Apesar disso, o magistrado acredita que a ameaça esteja relacionada a outro caso, pois a ‘visita’ aconteceu em janeiro e a operação em maio.


*O nome e a imagem do juiz não foram divulgados a pedido do próprio magistrado para preservar sua integridade.

Atualizada às 11h44
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