Usar ou não usar? Essa é a questão que tem envolvido o Ultra Baixo Volume, UBV, conhecido por “fumacê”, uma fumaça utilizada para combater o mosquito da dengue em sua fase adulta. O Estado quer usar. O município ainda está reticente: não descarta a possibilidade, mas também não libera.

“A nossa equipe ainda está analisando. De qualquer forma, não dá para usar o fumacê agora, por conta do tempo chuvoso. Quando a chuva der uma acalmada, vamos avaliar se vai haver necessidade ou não”, disse o Dr. Wagner Simplício, diretor da Vigilância de Saúde e Ambiente de Cuiabá.

Ele explica que tem uma equipe ampla com profissionais que têm em média uma década de experiência com a dengue, e que o UBV tem efeitos prejudiciais à saúde, principalmente a problemas respiratórios como asma, alergias, bronquite e etc. E também, por ser tóxico, mata pequenos animais como passarinhos, borboletas e insetos, causando um desequilíbrio ambiental.

Wagner explica que a eficiência do fumacê, em clima como o atual, é de apenas 10%. E que, com o clima favorável (seco e sem vento), totalmente otimizado, chega a 40%. O diretor da vigilância ambiental do município não descarta, porém, o uso da técnica. Ele diz que uma equipe já está fazendo um planejamento de uso do fumacê, para o caso de ser usado. E, apesar da indicação do governo do Estado e do Ministério da saúde aprovando o uso, ele explica que só o município é que pode dar a palavra final.

Cleber Moraes de Sá, técnico em UBV do Ministério da Saúde, não concorda com os motivos do município. Ele diz que o produto não é tóxico à população, como afirmam, e que jamais chega a matar um passarinho (insetos e borboletas, sim). Ele afirma que o fumacê tem poder de ação nos quintais das casas, sim, e que tem eficiência comprovada, e que conseguiu acabar com a epidemia em Campo Grande.