Produtores mato-grossenses, sobretudo de soja, milho e algodão irão plantar em países africanos como Moçambique e Sudão. Comissões de produtores do Estado já viajaram para ambos países a fim de conhecer o terreno. No caso de Moçambique, as terras serão cedidas ao valor de R$ 21 por hectare.

A ideia do governo de Moçambique é fazer um regime de concessão das terras públicas, a fim de que os produtores de MT apliquem lá a tecnologias utilizadas aqui para aumentar a produtividade das terras. Os produtores do estado são o alvo campanha porque o Cerrado é muito semelhante à Savana.

O regime de concessão prevê que os produtores ficarão em posse das terras por 50 anos, com possibilidade de prorrogar o contrato por mais 50. O valor de R$ 21 por hectare será pago anualmente.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Carlos Ernesto Augustin, afirmou que a proximidade com a China e a ausência de rigor ambiental, aliadas ao baixo valor da terra, tornam a aquisição das terras um bom negocio para o produtor de MT.

"Moçambique é um Mato Grosso no meio da África, com terra de graça, sem tanto impedimento ambiental e frete muito mais barato para a China", comemora. "Hoje, além de a terra ser caríssima em Mato Grosso, é impossível obter licença de desmate e limpeza de área", completa.

Em 2010, representantes da AMPA foram ao Sudão, considerada a maior nação da África tratar de negócios. Os produtores ficaram impressionados com a logística desenvolvida pelo Sudão, que faz frente à Arábia Saudita e aos principais países da Ásia.

Além de ser um grande produtor de petróleo, o Sudão possui grande extensão agrícola, dispõe de terras de qualidade e bem servidas de água, proveniente do rio Nilo.

A AMPA também encaminhou ao país engenheiros agrônomos e um técnico agrícola para cultivar, ao sul de Cartum, Capital do país, uma área experimental de 600 hectares de soja e algodão. Contém informações da Folha de S.Paulo.