Nem mesmo o forte apelo de resgate e preservação dos maiores símbolos da cultura mato-grossense fez com que a abertura do 10º Festival de Cururu e Siriri, na noite desta quinta-feira (27), no Centro de Convenções da Acrimat, fosse prestigiada pela classe política, que tem o dever de legislar e executar ações para não deixar morrer a tradição desta terra. Entre as principais ausências da noite estão a do governador Silval Barbosa, do prefeito da Capital, Chico Galindo, dos vereadores (a não ser pela vereadora Luecy Ramos - PSDB), e deputados de bases em Cuiabá.

Com estrutura e organização impecáveis, o evento, que acontece até domingo, foi abertgo com o show de humor de Comadre Pitú e Totó Bodega, e as apresentações dos grupos Passo Miudinho, da Categoria Infantil, seguido do Melhor Idade da Varginha, da comunidade Varginha, de Santo Antônio de Leverger. Na sequência se apresentaram os grupos de Siriri Raízes Cuiabanas (Cuiabá); Unidos da Fronteira (Santo Antônio de Leverger), e Bacuri (Nossa Senhora do Livramento).

O Festival Cururu Siriri, cujo tema deste ano é “Entre Fitas e Chitas”, abriu as portas para outros ritmos entrarem. São atrações regionais sertanejas como as duplas Anselmo e Rafael, Montenegro e Boiadeiro, Jackson e Giovani, Fabrício e Fernando e Bruna Viola. Além das bandas Banda Art’manha, o Grupo Toq D’ Prazer e Roberto Lucialdo. Esse ‘mistura’ gerou polêmica e há quem diga que é quase um sacrilégio.

O poeta, compositor, músico, arranjador, cantor, escritor com assento na Academia Mato-grossense de Letras e na Academia Mato-grossense Maçônica de Letras, alem de secretário adjunto de cultura do município, Moisés Martins, criticou a mistura de estilos nesta décima edição e afirmou que é como se tivessem colocado lutadores de sumô para atuar com bailarinas.

“Este é um evento folclórico. Uma festa de Cururu, Siriri e Rasqueado, que são os ícones da nossa cultura. Não tenho nada contra pagode e outras manifestações, mas eu acho que não pega bem dentro do processo”, criticou.