O senador Blairo Maggi deve permanecer no Partido da República (PR), pelo menos por enquanto. Em entrevista exclusiva concedida ao Olhar Direto, o parlamentar admitiu que tem sido assediado por caciques do PMDB, mas que a ameaça de perder o mandato devido à infidelidade partidária (troca de partido) o impede de aceitar o convite. Ele reitera, porém, que essa decisão é por enquanto.

Nos últimos dias, Maggi confirmou que manteve encontros com os senadores peeemedebistas Valdir Raupp (PR) e Renan Calheiros (AL), que insistem em reforçar o PMDB com nomes fortes para compor a base de apoio ao governo Dilma Rousseff.

"Tive sim algumas conversas com o senadores, que apresentaram a mim algum panorama interessante com a possibilidade de entrar no PMDB, um partido forte em todo o país, mas neste momento estou impedido de mudar para não perder o mandato. Por enquanto eu fico no PR", revelou.

O parlamentar, porém, deixa transparecer que ficou entusiasmado com a possibilidade de entrar no PMDB. O senador afirma que aguarda o momento adequado para que possa concretizar a troca.

"Tudo vai depender do cenário jurídico. Atualmente estou impedido devido a lei eleitoral. Estou avaliando alguns cenários. Não é do meu interesse perder o mandato. Mas se houver alguma brecha na lei, aí sim eu poderia pensar em aceitar o convite", destacou.

O receio de Maggi é pertinente. Segundo súmula do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o mandato eletivo pertence ao partido, e não ao político. Assim, a troca deve ser feita somente com a criação de um novo partido ou se for comprovada justa causa, o que seria uma perseguição política partidária ao detentor do mandato,. o que não é o caso do matogrossense.