O ex-vereador Ralf Leite (PRTB) terá de aguardar uma decisão da justiça ou contar com um resultado positivo no concurso da Câmara de Cuiabá, para retornar ao legislativo cuiabano. Cassado desde 2009, após ter sido flagrado com um travesti menor de idade na região conhecida como Zero Quilômetro, em Várzea Grande, Ralf reivindicava seu retorno, alegando erros na tramitação do processo que resultou na cassação de seu mandato de vereador.
No entanto, o plenário da Câmara de Cuiabá decidiu por 15 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, pelo arquivamento do processo em que Ralf Leite pleiteva ser reintegrado no mandato de vereador. O assunto já havia sido discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que, por dois votos a um, também recusou o pedido do ex-parlamentar.
O presidente da CCJ, vereador Marcus Fabrício (PSD), foi responsável pelo voto de desempate em julgamento interno na comissão. Isso porque, Antônio Fernandes (PSDB) já havia votado contrário, enquanto Clovito Hugueney (PTB) votou favorável ao retorno de Ralf. Fabrício haviadito que seu parecer seria eminentemente técnico, já que consultaria pelo menos dois advogados. Ele avaliou que votou sem preconceito e sem conotação política.
O assunto vinha irritando os parlamentares, a ponto de o tucano Antônio Fernandes ter declarado que vinha sendo assediado por causa da questão. Mas apesar das insinuações de que Ralf estaria agindo nos bastidores para pressionar os vereadores, ninguém confirmou esta informação.
O mais revoltado com o processo era o vereador Deucimar Silva (PP), já que o pedido de Ralf acusava o ex-presidente da Câmara de ter cometido falhas com a intenção de prejudicá-lo. O progressista chegou a fazer um desabafo na tribuna, relembrando o assalto ocorrido em sua residência na época em que presidia a Câmara. Ele alegou ter sofrido ameaças naquela época.
Porém, ainda resta a Ralf a opção de recorrer ao Poder Judiciário, conforme destacou o próprio presidente da Câmara, vereador Júlio Pinheiro (PTB). “A instância adequada para o recurso dele [Ralf] é o Judiciário”, observa Pinheiro, ao lembrar que o caso ainda será julgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Ralf também prestou concurso para a Câmara Municipal neste domingo (28) para o cargo de técnico legislativo. Portanto, caso não consiga reaver seu mandato, pelo menos teria chance de se tornar servidor efetivo do Legislativo Municipal, desde que consigra ser aprovado. Ele disputa uma vaga, na condição de PNE, em concurso que foi realizado no último domingo.
Clovito foi o único a defender o retorno de Ralf sob a alegação de que o juiz Luiz Tadeu Rodrigues, da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, já absolveu o ex-parlamentar. “Não há motivo para a Câmara Municipal mantê-lo fora desta Casa de Leis”, completa o petebista.
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