A jovem Eiko Uemura, 23 anos, usou cocaína antes de cair no Portão do Inferno. O laudo do Instituto Médico Legal (IML), entregue hoje ao delegado João Bosco, detectou a presença da droga no sangue da garota.
O resultado deixou o delegado surpreso, já que todos os interrogados, até o momento, garantem que Eiko não era usuária de drogas e sequer bebia. Ele destacou ainda que o fato da substância ter sido detectada no sangue da jovem não quer dizer que ela usava constantemente. A droga pode ter sido usada para encorajar o suicídio.
O laudo do legista Edson Fratari, auxiliado pelos resultados do laboratório forense entregues ontem, aponta que as lesões foram causadas pela queda, o que reforça a tese de suicídio. De acordo com a pericia, Eiko morreu devido a fraturas múltiplas.
Com todas essas informações, o delegado não vê necessidade de realizar a exumação do corpo de Eiko, agendada para sábado (23). Agora João Bosco aguarda o laudo da perícia técnica que irá dizer se a jovem se suicidou ou se foi empurrada no Portão do Inferno.
Relembre o caso - Eiko Uemura foi encontrada morta dia 29 de abril no Portão do Inferno. Desde então, o delegado João Bosco investiga o caso, levando a frente a tese de suicídio. Líquidos estomacais e a urina da jovem foram retirados para a elaboração de um laudo que apontasse a presença de sustâncias tóxicas no organismo e a causa mortis.
Na busca de motivos para a jovem cometer suicídio, o delegado ouviu o advogado Sebastião Carlos, um caso amoroso da moça, que teria rompido com ela dias antes da morte. O mesmo mentiu no primeiro depoimento ao negar que tinha qualquer relacionamento com a jovem e omitiu estar em posse de jóias que ela havia entregado para que fosse feita uma avaliação. Ele afirma que mentiu para tentar preservar sua família, já que é casado.
Em um segundo momento, o advogado pediu para ser ouvido pelo delegado mais uma vez e confessou manter um caso com a jovem e entregou as jóias. Durante o reconhecimento das jóias, Gisselma Uemura, que criou Eiko desde criança e que é filha de Júlio Uemura, disse que nem 30% das jóias roubadas estavam ali. O fato gerou diversas especulações sobre a participação de Sebastião Carlos em um suposto assassinato da jovem. Contudo, o delegado continuava com a tese de suicídio.
Devido a contradições entre o depoimento das empregadas da casa de Eiko e as declarações de Sebatião Carlos, uma acareação foi marcada entre os três. Elas viram a jovem retirar jóias do cofre da casa no dia 27 de abril, enquanto o advogado afirma que recebeu todas elas no inicio do mesmo mês.
Contudo, a acareação foi pouco esclarecedora para investigação já que concluiu que tanto o advogado quando as empregadas podem estar falando a verdade. Como Gisselma alegava que menos da metade das jóias foram devolvidas, o advogado pode tê-las recebido no inicio do mês e a jovem retirado ainda mais jóias no fim do mês.
Entretanto, se assim for, 70% das jóias da família continuam desaparecidas e sem pista alguma de seu paradeiro.
Última atualização às 12h21
