O senador Pedro Taques (PDT), caso aceite uma composição com o PR e PMDB, deixará de ser o maior ícone da oposição contra o que vem ocorrendo de errado em Mato Grosso e sairá da condição de protagonista para a de coadjuvante no processo eleitoral. A avaliação é do deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que espera ter Pedro Taques "como aliado nas eleições municipais, inclusive em Cuiabá".

"Ele está numa encruzilhada porque quer estar com o grupo de Mauro Mendes (pré-candidato do PSB a prefeito de Cuiabá), mas a aliança representa tudo aquilo que Pedro Taques vem combatendo", assevera o parlamentar tucano, em entrevista concedida ao Olhar Direto, na Rio + 20.

Para Leitão, Taques precisa manter coerência em relação ao discurso que vem pregando até o momento, desde que foi eleito senador da República. O "sonho" de Taques, pondera o tucano, seria estar ao lado de Mendes, mas sem as incômodas presenças das siglas que ele combateu duramente em 2010.

Todo esse dilema pode ter como pano de fundo as eleições gerais de 2014, acrescenta Nilson Leitão, sem entrar em detalhes sobre o futuro.

A tendência natural era que Mendes e Taques caminhassem juntos nesse pleito, dando sequência ao Movimento Mato Grosso Muito Mais (PV, PPS, PSB, PDT), forjado em 2010, quando o bloco fez oposição ao grupo capitaneado pelo PMDB e PR.

Mendes, no entanto, começou a flertar com PMDB e PR o que desagradou uma ala do PDT ligada ao senador. Parte do partido, entretanto, ainda defende que a sigla siga com o PSB, como argumenta, por exemplo, o deputado Zeca Viana.

Na ótica de Leitão, o incômodo e o descontentamento de Taques é visível e não é a toa que ele tem falado em traição e facada nas costas. Em suma, o congressista esta externando o elevado grau de insatisfação com as articulações que vem sendo feitas por Mendes na tentativa de viabilizar o projeto político do PSB.

Atualizada às 16h41.