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cabo de guerra

Desgastes com deputados e gestores provocaram saída do líder da ALMT

07 Set 2012 - 15:06

Da Editoria - Marcos Coutinho / Da Redação - Jonas da Silva

Foto: Jupirany Devillart/AL

Romoaldo Júnior estava desprestigiado pelo Palácio Paiaguás

Romoaldo Júnior estava desprestigiado pelo Palácio Paiaguás

Os desgastes na relação com parlamentares e secretários foi um dos principais focos e motivo que levou o ex-líder do governo, deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), a sair da função. Muitos deputados estavam com situação desgastada e chateados com Romoaldo.


Eles não eram atendidos em suas reivindicações quanto às necessidades das bases nos municípios. E não recebiam retorno do Executivo. O próprio Romoaldo, nos bastidores, se sentiu desprestigiado, sobretudo junto ao Palácio Paiaguás, diante da avalanche de pleitos de parlamentares e lideranças do interior por políticas públicas do governo.

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Um deles, que deixou pública a posição nos últimos, foi Ademir Brunetto (PT). No caso específico, a relação se contaminou pela eleição em Alta Floresta, onde ele e o ex-líder têm base eleitoral e a esposa do petista, empresária Luciana Brunetto, disputa a prefeitura com aliado de Romoaldo, o médico Asiel Bezerra, também do PMDB.

“Um líder que não consegue nem mesmo liderar os deputados não serve”, cobrou Bruneto da tribuna da Assembleia ontem. “Eu não vou me calar diante das mazelas do governo”, cutucou. “É uma sacanagem priorizar esses pagamentos enquanto cidadãos estão morrendo sem atendimento”, comparou despesas do governo com precatório em detrimento à política para a saúde.

Dívidas do Estado

Outra situação conflitante que colocou em rota de colisão o trabalho do ex-líder foram as cobranças públicas ao Executivo sobre dívidas de prestadores de serviços à gestão estadual direta ou indireta.

Não foi por menos que nesta quarta-feira, a direção da empresa Grifort Indústria Serviço de Apoio e Assistência a Saúde alertou sobre paralisação dos procedimentos cirúrgicos nos hospitais regionais de Sorriso e Colíder, por falta de materiais esterilizados em operações e outros insumos . O motivo: o Estado acumula dívida de R$ 1,5 milhão com a empresa.

O exemplo recente é a cobrança de artistas que desenvolveram atividades e planos de trabalho ao governo na área cultural. Há dez dias, representantes do setor se reuniram com o governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário da Casa Civil para cobrar pagamento de profissionais da área. "Estou sem receber desde o início do ano. Eu expliquei para ele que além de receber, a gente quer respeito. Assim como ele e os outros deputados a gente tem família, tem filhos", criticou o ator André D´Lucca.

Em maio, as empreiteiras que prestam serviço para o governo também resolveram vir a público e cobrar por serviços não prestados no valor de R$ 10 milhões. “Todo começo de ano é assim naturalmente, mas já passou dos limites. É inadmissível que o governo não regularize seu orçamento até maio”, declarou na época o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada em Mato Grosso (Sincop), Alexandre Schutze.

No começo do ano, Schutze já havia chamado a atenção do governo Silval Barbosa para o fato de que 20 empreiteiras de médio e pequeno porte não havia recebido pelo serviço prestado, na maioria dos casos pavimentação de estradas, da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu). Os atrasos eram de 3 meses, ainda de obras em 2011, dizia na ocasião.

Retornos do Palácio

Em outra ponta, para estrangular ainda mais o papel do porta-voz do governo junto à Assembleia Legislativa, alguns secretários não retornavam resposta para o líder do governo. A pressão só aumentou.

“Os pleitos que ele encaminha, não traz resposta, como de entidades do interior, associações. A situação é delicada”, avalia fonte que conhece os meandros do Palácio Paiaguás.

Deste modo, a situação do então líder ficou delicada. E o trabalho de mediação política dele se tornou desgastante.
Alguns secretários de Estado têm muita autonomia em relação ao Palácio Paiaguás. E em alguns casos, não seguem pleitos vindos de deputados. Um agravante é que mesmo que moderem a recepção de demandas do Legislativo, secretários e alguns setores da máquina pública emperram os andamentos e a agilidade na tramitação de pleitos e projetos.

Governo

O secretário da Casa Civil, José Lacerda, discorda de que haja falta de harmonia com a Assembleia Legislativa, e que o ex-líder tenha sido rifado por sangrar a imagem do governo com os parlamentares.

“A convivência entre a Assembleia e os 24 deputados com Executivo é boa. Mesmo com deputados que não são da base, a convivência é harmoniosa”, defende Lacerda. “A saída do líder se deve à composição política realizada dentro da Assembleia para a Mesa Diretora”, argumenta. “O Romoaldo fez um grande trabalho de líder, como foi Mauro Savi”, ameniza.

Lacerda avalia fatos como a crítica do deputado Brunetto e informação de bastidores contra o governo como acirramento da disputa eleitoral. Ela encara com naturalidade do jogo político, pois “um ou outro parlamentar faz sua reclamação, faz parte do processo”.

“Os problemas hoje são demandas municipais, que nada tem a ver com o Estado. Em cada município tem base aliada, que são divergentes. Eles têm divergência local dos partidos políticos”, justifica. “As vezes, as cidades acirram muito os ânimos. São coisas que vem de longo prazo”, atesta.

O secretário afirma que essas rusgas políticas não atingem a governabilidade do Estado. “O governador Silval é um homem experiente. Sempre exerceu a função política, desde a administração de um pequeno município, onde as questões políticas são acirradas, mais localizadas. E como presidente da Assembleia Legislativa e vice-givernador. Ele adquiriu grande experiência. É um conciliador”, explica.

Sobre as dívidas, José Lacerda afirma que o governador determinou planejamento para pagá-las. No caso recente dos artistas, o “governador autorizou recursos para fazer atendimento”. “O governo faz pagamento de todos os compromissos dentro de um cronograma. Existe limitação financeira”, constata.

Ele afirma que o Estado está em bom momento, com programas como a renegociação do resíduo da dívida, a ser assinada segunda-feira pelo governador, o que vai permitir folga de caixa para investimentos.

A reportagem do Olhar Direto ligou para três números do deputado Romoaldo Júnior. Em dois foi deixado recado sobre a pauta. Em um, a ligação não foi completada.
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