Às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, os deputados federais da bancada mato-grossense no Congresso Nacional – a exemplo do que ocorre com os parlamentares de outros estados -- se dedicam com mais intensidade às campanhas eleitorais, mesmo não sendo candidatos. Por isso, o Olhar Direto fez um levantamento, baseado em dados disponibilizados pela própria Câmara dos Deputados, para apurar as presenças e ausências nas sessões realizadas pela Casa em agosto e setembro (até o último dia 19).

Nenhum deputado compareceu a todas as reuniões das comissões

Wellington Fagundes (PR) esteve ausente no plenário em três sessões em agosto e quatro sessões em setembro. A Câmara registrou faltas de Júlio Campos (DEM) em uma sessão no mês passado e em cinco só neste mês, quando ele alegou “atendimento político-partidário”. Registrou também faltas de Pedro Henry (PP) em duas sessões, sendo uma em cada mês. Já os deputados Nilson Leitão (PSDB) e Valtenir Pereira (PSB) não compareceram a uma sessão – o primeiro faltou em agosto sob a alegação de “atendimento político-partidário” e o segundo, em setembro.

A Câmara não registrou ausência dos deputados Eliene Lima (PSD), Homero Pereira (PSD) e Victório Galli (PMDB) no período pesquisado. A Casa realizou cinco sessões em agosto (nos dias 8, 21 e 22) e nove em setembro (nos dias 4, 5, 18 e 19).

No acumulado, do início de 2012 até a última semana, de 66 dias em que ocorreram sessões deliberativas, Fagundes esteve ausente em oito, tendo justificado em apenas quatro. Campos esteve ausente em 17, mas apresentou justificativas para todas as faltas. Henry faltou em 16 dias, justificando em 15 e não em um. Nilson Leitão, Homero Pereira e Eliene Lima se ausentaram em cinco, 11 e três dias, respectivamente, com justificativas. Por conta de uma licença, Valtenir Pereira estava no exercício do mandato em 45 dias que a Câmara realizou sessões neste ano – ele faltou em dois e apresentou justificativas. Pode haver mais de uma sessão por dia.

No mandato

Do início do mandato até a última semana, Victório Galli foi o único que esteve presente em todos os dias em que a Câmara realizou sessões deliberativas. Porém, há um detalhe: ele exerce o mandato apenas desde julho deste ano, quando substituiu Carlos Bezerra (PMDB), licenciado. Portanto, somente 12 dias.

Na legislatura atual, Henry ficou fora da Câmara de fevereiro a novembro de 2011, período em que ocupou o cargo de secretário estadual de Saúde. Então, de 80 dias, ele esteve em 62, justificando as ausências em 17 e não justificando em um.

Lima também ficou como titular da secretaria de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, não exercendo o mandato de fevereiro até outubro de 2011. De 87 dias em que a Câmara realizou sessões deliberativas durante o mandato dele, ele anotou presença em 78 e justificou ausências em nove.

Leitão foi efetivado em julho do ano passado após nova totalização de votos. De 118 dias, ele esteve presente em 107, justificando as ausências em 11. Devido à licença, Valtenir Pereira estava no exercício do mandato em 147 dias em que a Câmara realizou sessões deliberativas -- ele justificou as ausências em 11.

Dos oito mato-grossenses, três exerceram os mandatos na legislatura atual de modo praticamente ininterrupto – a Câmara realizou sessões deliberativas em 173 dias no total até o momento. Homero Pereira registrou presença em 152 e justificou a ausências em 21. Júlio Campos esteve em plenário em 143 dias, justificando faltas em 27 e não justificando em três. E Fagundes apareceu em 141, justificando as ausências em 22 e não justificando em dez.

Apresentando justificativas para as ausências, não há corte nos salários dos parlamentares – eles recebem subsídio mensal de R$ 26.723,13. Uma das artimanhas também utilizadas pelos parlamentares é registrar a presença e deixar o plenário, não acompanhando efetivamente as sessões. Por conta das eleições, a Câmara vem realizando os chamados "esforços concentrados" desde agosto.