Mesmo com temas mais aprofundados em perguntas e respostas no debate da TVCA, as pesquisas na reta final da campanha se sobressaíram como motivo de certa 'briga' entre candidatos a prefeito de Cuiabá na avaliação do encontro e durante o programa. À exceção de Guilherme Maluf (PSDB) e Lúdio Cabral (PT), os demais bateram na tecla de que os levantamentos não condizem com a realidade.

Algumas pesquisas que seriam divulgadas foram questionadas nesta semana e tiveram amparo da Justiça Eleitoral para não serem publicadas, como os casos de Juína e Cáceres. O candidato Mauro Mendes (PSB), há duas semanas questiona os dados. Além dele, Carlos Brito (PSD) e o Procurador Mauro César Lara Barros (PSOL) apontam o dedo de reprovação às pesquisas.

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O primeiro a se insurgir contra os levantamentos foi Brito, ao avaliar o debate após o seu término. Ele argumenta que o processo eleitoral não está decidido e que vai aguardar a manifestação do eleitor no dia 7 de outubro. "Vamos às urnas no dia 7 e acredito numa manifestação silenciosa do povo cuiabano. E numa tomada de decisão diferente de tudo isso que essas pesquisas apontaram até agora", reclama.

"Chegamos ao absurdo de vermos pesquisas numa mesma data com resultados bastantes diferentes nos vários meios. Pesquisas veiculadas nos programas eleitorais sem citar sequer o instituto que as fez, gerando multa eleitoral", exemplifica eventual desvios.

Mauro Mendes foi além, ao comentar que tipo de pesquisas em que se pode confiar. Ele insistiu que as pesquisas não mostram a realidade, se comparada com as que tem internamente. O candidato do PSB afirma que a grande pesquisa será feita no domingo e "alguns poderão ter resultados muito diferente que certo instituto tem mostrado", pois existe no mercado pesquisas que mostram diferenças muito grande.

"Existe uma tentativa, uma forma de induzir o eleitor a um certo resultado. Isso é tradicional no Brasil, isso já histórico e faz parte infelizmente de uma legislação que permite isso", criticou. "Em alguns países mais sérios, não se divulga pesquisas próximo às eleições, até para não criar nenhum mecanismo que possa induzir o eleitor a determinados candidatos", sugere.

Lúdio Cabral ironizou o questionamento do resultado dos seus adversários. "É muito curioso, agora as pesquisas estão manipuladas. Antes não, agora estão. É muito curioso isso", sorri ao ser perguntado pela polêmica.

Procurador Mauro

Crítico por excelência de pesquisas eleitorais, a ponto de não comentá-las durante o processo, o Procurador Mauro aumenta o tom da reprovação dos levantamentos por serem utilizados para manipular a opinião pública. "A maior parte que você viu os institutos divulgando pesquisa a campanha inteira, agora correram de não divulgar boca de urna", observa.

Ele justitica o conflito de dados de pesquisas que mostram a manipulação. "O resultado confllitante entre pesquisas divulgadas no mesmo dia, é uma prova também que alguma coisa está errada. Uma pesquisa coloca um candidato na frente e outra do mesmo dia coloca o candidato atrás", conta.

"Mas na hora que eles poderiam ser confrontados e dar qual é o resultado, a maioria dos institutos que divulgaram inúmeras pesquisas, correram da eleição", cobra seriedade.

O Procurador Mauro condena a utilização do instrumento como marketing eleitoral ou estratégia de campanha. "Ou eles teriam que ajustar os seus dados que foram divulgados ou correriam o risco de serem desmentidos pela eleição. Tanto que elas são marteladas no horário eleitoral, nos programas e pelos candidatos".