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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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reviravolta

Estigma do PT e migração em massa de indecisos beneficiaram Mendes

Foto: Lucas Bólico

Estigma do PT e migração em massa de indecisos beneficiaram  Mendes
O "medo" que uma parcela significativa da população cuiabana e os conservadores têm do PT (muitos nutrem este sentimento de rejeição) foi preponderante no sentido de garantir a vitória "de virada" do candidato do PSB a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, neste primeiro turno, com 43,96% dos votos. O candidato petista, Lúdio Cabral, numa eleição de polarização extrema, ficou na segunda colocação, obtendo 42,27%. É o que muitos avaliam ou chamam como o "estigma do PT em Cuiabá", onde o partido nunca conseguiu vencer, apesar de ter uma importância ímpar com suas participações na capital.


Em termos religiosos, para os católicos, estigma é um dos sinais que ficaram no corpo de Jesus e que apareceram e ainda aparecem nos corpos de santos e pessoas. Eventualmente ainda são registrados este fenômenos em algumas pessoas, muitos charlatões e outros sérios, nos mesmos pontos onde ocorreu a crucificação, ou seja, pés, punhos, cabeça e tórax. Na botânica, estigma é a área receptiva do pistilo das flores, onde o grão de pólen inicia a germinação do tubo polínico. É a parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior, e possui um líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.

Na política, o cientista social Erving Goffman designa, em linhas simplistas, que a palavra "estigma" representa algo de mal, que deve ser evitado, uma ameaça à sociedade, ou seja, uma identidade deteriorada por uma ação social.

Para Goffman, "a sociedade estabelece os meios para caracterizar pessoas, instituições e atributos, que podem ser percebidos como correntes naturais para identificar os estigmatizados, porque a sociedade estabelece um modelo de categorias para tenta catalogar as pessoas". É o que acontece com muitos líderes da cuiabania e da ala conservadora da sociedade.

Pois bem, usando Goffman como referência, podemos avaliar que o PT tem elevada rejeição em Cuiabá e isso prejudicou seu candidato, que vinha crescendo nas pesquisas de forma substancial, apesar das desconfianças dos líderes ligados a Mendes. A reviravolta do empresário, que apareceu em primeiro lugar de forma surpreendente, teve respaldo desses setores que consideram o PT um estigma.

Outro fator foi a "arrogância" de uma parte significativa dos líderes ligados a Lúdio Cabral, os quais arrotavam uma vitória no primeiro turno já como certa. Deram com os burros n'água, apesar do excelente desempenho de Lúdio. O famoso "salto alto" e o não menos afamado "já ganhou" prejudicaram o líder petista, cujo perfil é muito diferente do pregado pelos seus líderes mais afoitos. Neste caso, a arrogância mudou de lado. Prova que humildade e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Todavia, é bom lembrar que a trupe de Mauro Mendes também "arrotou" a vitória no primeiro turno até a penúltima semana, mas sabiamente mudou o discurso e adotou um tom mais cauteloso na última hebdômana, e decidiu arregaçar as mangas e pedir voto. Isso foi importante para Mendes, que conseguiu obter o apoio decisivo dos indecisos com um tom humilde e sereno.

Serenidade, aliás, será crucial para ambos os líderes, além da apresentação de propostas mais concretas e viáveis, de forma didática e honesta, para o eleitor, sobretudo dos que votaram no Procurador Mauro (PSOL), Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (PSD). Alguns líderes ligados a Mendes, por exemplo, ao invés de comemorarem de forma serena, tratavam de ironizar os resultados das últimas pesquisas, em tom provocativo, ao invés de pensar no futuro.

É certo que a manipulação de pesquisas foi e é um fato lamentável e até criminoso, mas o momento é de olhar para frente e tomar as atitudes judicias cabíveis contra aqueles forjaram dados e alteraram pesquisas. Vale lembrar aos "aloprados" mendistas que o jogo ainda não está decidido e muito água vai passar por baixo das pontes das vaidades, da arrogância e da soberba dos que insistem em apontar dedos e adotar discursos chulos, menores. O mesmo vale para os 'aloprados' petistas, que querem começar o jogo rasteiro.

Já a trupe de Lúdio Cabral sentiu o baque e ficou psicologicamente abatida. No afã de que o jogo estava ganho, muitos eleitores, correligionários e líderes petistas e peemedebistas se acomodaram na última semana e passaram a menosprezar a inteligência dos cuiabanos natos e dos de coração. Um erro, certamente.

Lúdio talvez seja o melhor candidato já apresentado pela agremiação petista em sua história, pelo menos é o mais cândido, mas isso só não basta. Além da rejeição ao PT e do estigma histórico, Cabral terá que buscar apoios aqui e em nível nacional, especialmente da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, apontados nas pesquisas como os maiores influenciadores do voto em Cuiabá, se quiser mudar o cenário.

Já Mendes precisaria manter o 'gás' da última semana e costurar alianças que mantenham a coerência do grupo. O placar apertado mostra que ambos os líderes precisam mexer as pedras do xadrez político com propriedade e sapiência se quiserem convencer os indecisos e os eleitores que votaram nos candidatos derrotados no primeiro turno. Em suma, o jogo está novamente zerado.

Mais informações em instantes. Atualizada às 13h14
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