Em resposta à entrevista coletiva concedida por Francisco Faiad (PMDB) na tarde desta sexta-feira, a coligação de Mauro Medes (PSB) vai entrar com representação criminal contra Lúdio Cabral (PT) e seu vice-prefeito para que respondam sobre falsificação de documentos eleitorais, ameaça e constrangimento.

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De acordo com José Antônio Rosa, assessor jurídico de Mendes, membros da Coligação Cuiabá, Mato Grosso, Brasil coagiram as fiscais a assinarem documentos falsos para comprovarem que teriam feito o trabalho. De acordo com a denúncia de Rosa, Lúdio e Faiad teriam pago as fiscais, mas pedido que elas apenas votassem nos candidatos sem precisar trabalhar.

Por meio de nota, a coligação de Mendes afirma que “ainda havia dúvida se Lúdio e Faiad sabiam das ameaças e da fraude realizadas, conforme relata a AIJE. Mas diante da entrevista coletiva concedida hoje (19) ficou claro que ambos estão cientes do acontecido”.

“Sendo assim, a coligação "Um Novo Caminho para Cuiabá" vai entrar com Representação Criminal contra Lúdio Cabral (PT) e seu vice-prefeito, Francisco Faiad (PMDB), para que respondam sobre falsificação de documentos eleitorais, ameaça e constrangimento”, afirma.

Rosa afirma que as denunciantes passaram a ser ameaçadas após trazerem o caso a público. Foram, diz a coligação, levadas contra a vontade a um cartório e obrigadas a assinar e reconhecer firma em um termo sem saber o teor “caso contrário elas seriam processadas”. Num segundo momento, foram novamente à Ouvidoria denunciar, desta vez os crimes cometidos. O advogado das jovens já fez, inclusive, denúncia à Polícia Federal.

“As irmãs estão com medo de sofrer novas ameaças e represálias, além de estarem passando pelo constrangimento de terem seus nomes expostos. Portanto, após a insistência de Lúdio Cabral (PT) e seu vice-prefeito, Francisco Faiad (PMDB), em armar uma história falsa para ludibriar a mídia e a população, a coligação "Um Novo Caminho para Cuiabá" reforça que irá entrar com uma representação criminal contra ambos”, declara a coligação por meio de nota.

Em entrevista ao Olhar Direto, José Rosa firmou que além dos três crimes já citados, a Mendes tentará cassar o registro de candidatura dos oponentes pela denúncia de compra de votos.

Outro lado

Francisco Faiad e o coordenador geral da campanha do petista, deputado Alexandre César, apresentaram documentos nesta tarde em coletiva que comprovariam que as duas adolescentes que disseram ter recebido cheques de Faiad no valor de R$ 50 para votar em Lúdio realmente trabalharam como fiscais de seção, o que derrubaria a tese de compra de votos sustentada pelo seu adversário.

Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (19), a tia das garotas Lori Anne Macedo da Luz e Cibele Macedo da Luz, professora Catarina Campos, que também é diretora da escola onde as jovens atuaram como fiscais, confirmou a versão de Faiad e disse que as meninas estão sendo pressionadas pelo pai, que trabalha para Mauro Mendes, a "contar mentiras" para prejudicar Lúdio.

Catarina diz que é prima da mãe das meninas e chegou a ser citada pela coligação de Mendes como a “senhora" que foi até a casa das jovens e as obrigou a assinar e reconhecer firma em um termo dizendo que trabalharam como fiscais, caso contrário elas seriam processadas.

Faiad esclarece que os valores pagos aos fiscais é referente ao custeio de alimentação , transporte, tudo devidamente assinado e formalizado em contrato. “Essas duas pessoas que fizeram essa denúncia realmente trabalharam no dia da eleição, tanto o fizeram que ao final do dia, assinaram o boletim de urna e isso está documentado. Estão aqui os boletins de urna para provar, com a assinatura delas”, disse, mostrando os papéis.

“Esse jogo que o outro candidato tenta fazer é sujo, fraudulento, agressivo e ofensivo à inteligência das pessoas e contra a dignidade destas famílias que estão sendo hoje expostas, contra a história de uma vida dedicada à educação, como a da professora Catarina, que eles expuseram de forma absurda, sem nenhum pudor”, desabafou Alexandre César.

O candidato a vice disse que vai entrar com um processo contra Mauro Mendes na justiça comum por crime de difamação e pedido de reparação por danos morais. “Eu sei que qualquer pedido de indenização por danos morais ou materiais não o afetará em razão da sua fábula financeira, mas quem sabe é uma forma de mostrar à sociedade que os ricos também pagam quando cometem crimes”, finalizou.