Uma suposta agressão protagonizada por um vereador de Chapada dos Guimarães (60 quilômetros de Cuiabá) à sua esposa durante cavalgada ocorrida no fim de semana na comunidade de Água Fria, pode ser objeto da primeira ação de cassação por quebra de decoro parlamentar da Câmara Municipal daquele município.

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Segundo testemunhas, o vereador Joair Siqueira (PMDB), após a cavalgada, durante o almoço de confraternização da comitiva, teria agredido a própria esposa com tapas, no meio de todos os participantes. De acordo com os relatos, tanto ele, quanto a esposa, teriam ingerido bebidas alcoólicas e estariam embriagados. Durante a confusão, uma amiga que tentava apartar a briga, também teria sido agredida.

Em entrevista concedida ao Olhar Direto por telefone, o parlamentar afirmou ter conhecimento de que o “boato” se espalhava pela cidade, mas fez questão de negar com veemência a acusação de violência contra a esposa. Para o peemedebista, pode ter acontecido um “erro de interpretação” de quem presenciou uma provável discussão, tida como normal para ele.

“Se fosse verdade teria um boletim de ocorrência. Isso tudo é politicagem por causa do momento político difícil que Chapada atravessa. Tem gente querendo manchar minha imagem. Eu vivo muito feliz com minha família, ela é a melhor do mundo e não tenho nada a esconder de ninguém. O que pode ter havido também foi uma má interpretação das pessoas, discussões acontecem com todo mundo, isso é normal, mas não bati na minha esposa”, declarou.

A denúncia, enviada à redação por um leitor do Olhar do Direto, foi confirmada pelo vereador Berimbal (PSD), que estava no local, e declara ter presenciado tudo. Segundo ele, desde o início da cavalgada o casal estava bebendo e, no almoço, a confusão começou e o vereador acabou dando tapas na esposa.

“Eu cheguei a falar pra ele:’ o que é isso rapaz? Isso mancha a imagem da Câmara’, mas não adiantou. Ainda hoje vou à Delegacia para saber se ela registrou Boletim de Ocorrência, caso tenha, vou encaminhar o caso à presidência da Câmara para que as devidas providências sejam tomadas”, disse.

O presidente da Câmara, vereador Carlinhos do PT, disse que já tomou conhecimento do fato, porém aguarda para saber se houve registro de Boletim de Ocorrência para tomar qualquer atitude. Segundo ele, até agora não há nada de oficial além dos relatos de quem estava no local. “Não dá para tomar nenhuma providência com base em falatório. Se chegar algo oficial vamos dar entrada no processo de quebra de decoro parlamentar”, explicou.

A reportagem do Olhar Direto foi até da Delegacia de Chapada e constatou que de fato não houve registro de Boletim de Ocorrência.