O “Rolêzin no Tchópe”, versão cuiabana do rolezinho paulista, foi adiantado do dia 2 de fevereiro para o dia 31 e janeiro, uma sexta-feira, no Shopping Goiabeiras, às 17h. A decisão de adiantar o evento, que será um protesto contra o elitismo, racismo e a truculência policial usada em repressão a esse tipo de movimento em São Paulo, já havia sido tomada no sábado (18), em uma reunião entre colaboradores do ato, mas somente na noite de terça-feira (21) a nova data foi divulgada através do facebook.

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Até lá, aqueles que se reuniram para colaborar com o rolêzin inicialmente 14 universitários, deverão panfletar nos terminais do CPA, em Cuiabá, e André Maggi, em Várzea Grande, e outros locais, como escolas públicas, para buscar o apoio em peso dos jovens da periferia. O dinheiro para a produção do material de divulgação foi reunido através de uma cotinha pelos próprios integrantes do evento, sem o apoio de nenhuma entidade ou partido político.

“Não somos contra os movimentos sociais, mas esse não é um ato de nenhum movimento social, de nenhum partido, de ninguém. É um ato de todos que estão revoltados com a segregação social”, disse um dos “rolezeiros cuiabanos” que esteve presente na reunião, o qual preferiu não se identificar justamente para manter a despersonificação, evitando o vinculo de qualquer nome ou imagem.

Os participantes ainda salientam que não concordam com os argumentos de que estariam usurpando de um movimento de periferia, pois vários deles mesmos seriam da periferia – no grupo dos 14, haviam desde um estudante de Relações Internacionais na Unesp, a acadêmicos de Filosofia da UFMT morador do Bairro Mapim, um dos mais violentos de Várzea Grande.

Um fantasma ronda Cuiabá

A reunião de sábado para planejar o rolêzin no tchópe reuniu apenas 14 pessoas dentro das 236 que estão confirmadas para o evento, contudo, o ato já é considerado um sucesso por alguns dos membros. Se não pelo número de pessoas reunidas, mas pela “imagem” criada, um fantasma que assustou os shoppings centers locais e suscitou a discussão nos meios de comunicação locais.

Inúmeros veículos de comunicação repercutiram o evento que está sendo planejado através das redes sociais e, além dos favoráveis ao rolêzin, pessoas contrárias ao ato também marcaram presença no facebook para debater o assunto. O “espectro” do evento foi tamanho que no sábado, cinco viaturas da Polícia Militar compareceram a Praça Alencastro, local da reunião, para garantir a “ordem”.

“Criamos uma imagem, uma fantasma, fizemos as pessoas pensarem e isso já é uma vitória”, destacou um dos colaboradores durante a reunião de sábado. Entretanto, isso também tem uma parte negativa. Os voluntários que criaram o evento no facebook acabaram como alvos de piadas na internet, além de ter tido a caixa do chat lotada de ofensas de quem clama pela proibição dos rolezinhos em shoppings.

É novo!

Também é relevante no discurso dos “rolezeiros” o fato de que eles querem descolar a imagem do rolêzin com a da briga de adolescentes ocorrida no dia 28 de dezembro no Pantanal Shopping. Segundo eles, aquilo não pode ser considerado um rolezinho, mas sim uma briga entre gangues. “O primeiro rolezinho de Cuiabá ainda vai acontecer”, afirmam categoricamente.

Contudo, se ainda não houve um evento com o nome rolêzi em Cuiabá, várias ações similares, mas em proporções menores, acontecem há anos. Durante algum tempo, os “rolés cuiabanos” aconteciam principalmente nos terminais de transporte coletivo.