O impasse com relação a fazenda Bordolândia continua. Após reunião com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, e o governador em exercício, Silval Barbosa (PMDB), não houve muito avanço nas negociações. Isso porque, a questão é judicial.

Mesmo sob pressão da bancada mato-grossense e de representantes da Federação dos Trabalhadores Agrícolas, o Incra não tem muito o que fazer. O governador em exercício, Silval Barbosa, explicou que o Estado irá enviar um ofício com um pedido especial para que seja realizada uma nova perícia nas terras. No entanto, esta é apenas uma ação extra-oficial, já que as terras são da União e a determinação para uma nova perícia deve partir da justiça.

“A parte do governo do Estado é fazer esse trabalho de intervenção e tentar acabar com esse conflito, porque apesar de estar em terras da União fera problema e desgaste para o Estado de Mato Grosso”, argumentou Silval.

O problema está no valor pago pelo órgão ao dono da fazenda, Nelson Cury. O Incra já tem em caixa R$ 80 milhões para o pagamento da propriedade, porém o valor está muito abaixo do mercado e o próprio órgão reconhece o fato.

O superintendente do Incra em Mato Grosso, Wiliam Sampaio, afirmou que se for determinado o pagamento de um novo valor não terá problema, pois a instituição está disposta a agilizar e solucionar o problema da Bordolândia. Segundo os próprios acampados o clima ainda é tenso, principalmente após a morte de dois trabalhadores.

Desde o dia 30, a posse da terra está nas mãos do Incra, porém os acampados preferem aguardar um definição para evitar que sejam despejados novamente e outro conflito ocorra. “O Incra tem pressa em solucionar este impasse, assim que sair o ato de posse já iniciaremos as ações de infra-estrutura”, afirmou Sampaio.
O dono da fazenda não quis falar sobre o assunto.