Marcada para as 16h, a convenção do Partido Democrático Trabalhista (PDT) já estava abarrotada de pessoas antes das 15 horas, no Ginásio Verdinho (CPA), região Norte de Cuiabá. E, às 17h30, pouco espaço sobrava nas arquibancadas. Bateria do bloco carnavalesco Boca Suja, oriundo de uma torcida organizada do Mixto Esporte Clube, se encarregou de recepcionar os convencionais com animação e samba no pé. Interessante é que, até um mês atrás, a Boca Suja   apoiava o ex-secretário Éder Moraes, presidente do Mixto, adversário figadal do senador José Pedro Taques (PDT), candidato da oposição ao governo de Mato Grosso.

Nas paredes, faixas, cartazes e banners revelavam o apoio ao candidato ao governo de Mato Grosso, Pedro Taques, vice Carlos Fávaro, e deputados estaduais e federais. A cantora mato-grossense Vera Capilé Oliveira emocionou aos presentes, ao interpretar o  Hino de Mato Grosso, tendo o acompanhamento do professor universítário Abel Dy Anjos, da UFMT.

Frases como “não somos bobós xera-xera, somos Pedro Taques”, e “Taques, o Araguaia está com você” mostravam que a metonímia usada queria mesmo impressionar. Se fosse pelas faixas da convenção do partido de Leonel Brizola, certamente Taques já estaria eleito.

Dentro do ginásio do Verdinho, o calor era superior a 38 graus centrígrados. No entanto, isso não impedia as centenas de pessoas da plateia de pular e dançar em meio às músicas que traziam clima de festa ao lugar. Os organizadores calcularam em "quase quatro mil" o número de presntes. Já a Polícia Militar citou que o ginásio tem capacidade para no máximo duas mil pessoas sentadas.

No palco, diversos políticos do interior do estado falavam por alguns minutos, tentando conseguir uma vaga para a candidatura a deputados estaduais e federais. Para chamá-los, um locutor que era uma mistura de Raul Gil com locutor de rodeio. Alguém que estivesse ali sem muita informação, poderia confundir o local com um show de calouros.

Após as falas dos possíveis candidatos a deputados, o locutor chamou ao palco todos os prefeitos e vices de diversas as cidades de Mato Grosso. Com isso, chegava ao ápice do “rodeio”, pedindo que o público batesse palmas e fizesse coro com a frase “Pedro Taques, para mudar”.

Antes da chegada do candidato a governador, o locutor tentava cada vez mais criar um clima de receptividade. Queria recebê-lo como o príncipe da Inglaterra, e já o chamava de “próximo governador do estado”.

Quando ele chegou, foi tumulto. Jornalistas e fãs tentando tirar fotos, além das famosas “selfies”, legado da era facebook. Os discursos começaram no palco com o mesmo fervor. Nilson Leitão, Carlos Fávaro, Zeca Viana e outros tentavam explicar, cada um com uma palavra mais bonita, porque Taques seria o “melhor governador”, o “governador da mudança” para o estado de Mato Grosso.

Quando Taques começou seu discurso, surpreendeu a todos descendo do palco, e falando do chão. De cima, era possível ver uma onda, quase em forma de funil, com o candidato no meio, dizendo que o político deveria estar junto do povo. A tática poderia ser comparada a de um outro político, que inclusive Mauro Mendes citou em seu discurso, Luiz Inácio Lula da Silva.

No meio do discurso, porém, ele voltou ao púlpito e falou de seu passado humilde, citando seus pais. Seu pai, inclusive, caiu aos prantos e não parou de chorar durante todo o discurso do filho.

Taques terminou de falar com uma chuva de papel picado caindo sobre os presentes, e a repetição contínua do jingle. Sua conversa com a imprensa foi breve, e sempre interrompida por os “Taques Lovers” que queriam a todo custo uma selfie, como se ele fosse um ator de Hollywood.

Ainda levou certo tempo para o local ficar vazio, mas a mensagem foi mandada e a candidatura, apoiada por 13 partidos, começou. Que venham os próximos 90 dias.