A veia jornalística perspicaz, a defesa da verdade, a paixão pela notícia e a riqueza de informações eram marcas indeléveis do jornalista Marcos Alberto Coutinho Barbosa, diretor do Olhar Direto, morto  prematuramente em junho do ano passado, que completaria 49 anos de nascimento, nesta quinta-feira (25/09). “Foi o jornalista mais apaixonado pela verdade que conheci. Era incrível como se dedicava, como se expunha quando queria elucidar algum fato”, afirmou o ex-prefeito e deputado Wilson Santos (PSDB), durante visita à redação do Olhar Direto.
 
Hoje é também aniversário do seu filho Lucca Manfrim Coutinho Barbosa, que completa 22 anos e estuda música, em São Paulo (SP), e herda do pai a paixão pela música. Ele também deixou Matheus Coutinho Barbosa, 23; e o caçula Joaquim Coutinho Barbosa, 18. 
 
Professor de história ex-deputado estadual e federal, Wilson Santos conviveu estreitamente por décadas com Marcos Coutinho. “Ele não conhecia a palavra medo! Se dedicava ao máximo para buscar a melhor informação. Enfrentou de peito aberto inúmeras situações para contribuir com a comunicação e por uma sociedade justa”, definiu santos.

Wilson lembrou de um projeto de lei que deve ser votado na Câmara dos Deputados, cujo mentor intelectual foi Coutinho, para a implantação da disciplina de música popular brasileira, na grade curricular das escolas. “Eu fui o autor formal. Ele quem fez a proposta e a justificativa. Coutinho conseguia ir do popular ao erudito com uma facilidade impressionante”, emendou Santos.
 
Palavra dos amigos e colegas 
 
“Extremamente exigente, mas também solidário, Marcos Coutinho montou uma autêntica ‘escola’ de jornalismo, ao nos incentivar a sempre investigar o que está por trás da notícia”, observou o jornalista Lucas Bólico, editor-chefe do Olhar Direto, que conviveu cinco anos com Coutinho. "Gosto de lembrar do quanto ele era generoso. O que mais primava era o conhecimento e a técnica, elementos que ele sempre tentava compartilhar com qualquer um, sem egoísmo. Você nunca saia de uma consversa com o Coutinho sem aprender algo". 
 
O secretário de Comunicação de Cuiabá, jornalista Kleber Lima, afirmou que “com mais de um ano sem Coutinho, sem dúvida, é um ano em que o jornalismo está mais pobre em Mato Grosso”.
 
“Desejo parabenizar o filho Lucca, que também faz aniversario hoje. É o bom da vida, que sempre se renova. No caso do Marcos Coutinho, se renova nos filhos e no Olhar Direto”, argumentou Kleber Lima.
 
Já o jornalista Pedro Marcos Lemos, secretário de Estado Comunicação (Secom), que trabalhou com Coutinho por várias décadas, destacou outras qualidades. “Diferente de alguns, ele era um profissional que tinha ética e a verdade como os principais fundamentos do bom jornalismo”, apontou Marcão.
 
Por seu turno, o secretário de Comunicação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, jornalista Osmar de Carvalho, citou o espírito solidário do velho amigo. “Coutinho é exemplo para nós todos, jornalistas, de verdadeira paixão à profissão. Era grande parceiro e grande companheiro”, apontou Osmar.
 
Compadre e amigo de longa data, o jornalista Ramon Monteagudo, dono do site MidiaNews, disse que Marcos Coutinho faz muita falta tanto como amigo quanto pelo lado profissional.
 
“O ritmo de vida dele era intenso na amizade, no sentimento, no trabalho. Num primeiro momento, nem todos conseguiam entender Coutinho em sua plenitude.... Depois que se estabelecia mesmo a amizade, então, ele era um cara parceiro, carinhoso, companheiro”, definiu Monteagudo.

Pioneiro da nova safra do Olhar Direto, o jornalista Jardel Patrício Arruda assegurou que Marcos Coutinho foi seu principal professor de jornalismo. “Quando entrei no Olhar Direto não sabia nada. E a nossa primeira conversa foi pelo [extinto] MSN, quando me disse: jornalista tem que acordar e tomar jornalismo no café da manhã; tem que almoçar e jantar jornalismo; e, quando dormir, tem que sonhar jornalismo. Jamais esqueci”, lembrou Jardel Arruda.