Ao prestar informações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o sistema remuneratório de subsídios dos servidores do Poder Judiciário, o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ), Paulo Lessa, defendeu o pagamento feito pelo órgão à servidora aposentada Déa de Barros Lessa, no valor de R$ 1,2 milhão. Déa é esposa de Lessa. Isso diante da polêmica de supostos pagamentos feitos de verbas irregulares a magistrados como também a servidores e que teria “vazado” para a imprensa, após a juíza Juanita Clait, também denunciada, ter apresentado defesa prévia ao CNJ.

Neste documento encaminhado por Lessa ao corregedor do CNJ, ministro Gilson Dipp, ele critica o posicionamento do atual presidente do TJ, desembargador Mariano Travassos, em não detalhar sobre o que se refere o valor pago. Paulo Lessa ressalta, em um verdadeiro confronto com Travassos, que o presidente estaria agindo de má-fé por não informar que o montante é sobre os direitos adquiridos em vários anos.  

Dessa forma, ele exige as certidões de pagamentos alegando que o dinheiro é oriundo da licença-prêmio, diferenças de planos econômicos. Déa Lessa recebeu quatro abonos pecuniários. “Para não restar dúvida sobre o fato e também para comprovar que é absurdo o valor recebido pela servidora, faz juntar cópia do requerimento em que ela solicita ao atual presidente certidão discriminada acerca dos créditos pendentes que recebeu”, consta do documento.

Ainda tentando justificar o pagamento da verba rescisória, o desembargador Paulo Lessa é enfático ao mencionar que Déa recebeu tudo de uma só vez, por que aposentou na sua própria gestão, em 2007. “Tal servidora aposentou-se em sua gestão (Lessa), não deveria o Tribunal ter pago seus direitos rescisórios?”, indagou o desembargador Paulo Lessa.

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