O Hospital Santo Antônio, em Sinop, vai suspender, a partir da próxima segunda-feira (8), o atendimento de pacientes na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), alegando falta de pagamento e também por falta de renovação de convênio com o governo do Estado. Ao todo, dez leitos deixarão de receber enfermos.
“Infelizmente não estamos tendo a contrapartida. Passam dias, meses, e até agora nada foi resolvido. Nós não temos mais condições de continuar funcionando como está, e anunciamos que a partir do dia oito, nós paralisamos em definitivo o atendimento ao SUS”, disse, em entrevista coletiva, o advogado Cláudio Alves Pereira, da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, gestora do hospital.
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Segundo Cláudio Alves, a suspensão das atividades por meio do SUS culminará com o fechamento da UTI, pois a demanda particular não conseguirá manter os custos. “Nós não temos, ainda, condições de manter os médicos intensivistas dentro do volume de UTI que nós temos. Provavelmente as UTI’s serão extintas. Haverá um prejuízo generalizado para a sociedade, sem sombra de dúvidas”, comentou.
Conforme a diretoria da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, desde o mês de fevereiro de 2015 está sendo tentada a assinatura de convênio com o governo do Estado. Como as negociações não avançaram, o Hospital Santo Antônio suspendeu a UTI neonatal – via SUS – em março e, agora, encerrará as atividades nos dez leitos.
Vinte entidades da sociedade civil organizada elaboraram um ofício que será enviado ao governador Pedro Taques, solicitando a tomada de medidas para evitar o fechamento daquela ala de tratamento intensivo. “É necessário, mais do que nunca, não se omitir, estar presente, atuante, resolvendo o problema. Se for para punir, puna-se, mas não se prejudique quem mais precisa”, diz trecho do documento.
O Hospital Santo Antônio atende demanda de todo o Nortão de Mato Grosso e até do Sul do Pará. Em 2014, o governo do Estado determinou investigação, após
denúncia de suposto superfaturamento nos preços dos serviços cobrados do SUS. Segundo o então diretor do Polo Regional de Saúde de Sinop, Manoelito da Silva Rodrigues, houve abuso de preços por parte do hospital, extrapolando os valores de tabela.
