“Eu acredito na ressocialização das pessoas privadas de liberdade. Elas estão aqui para cumprir a pena e nós disponibilizamos nosso tempo para ajudá-las nesse resgate da dignidade”, garante a professora Eunice de Paula Santana. Ela leciona há nove anos para recuperandos na Escola Estadual Nova Chance no Sistema Penitenciário de Mato Grosso.
A educadora é uma das 110 que atuam dentro das unidades penitenciárias de Mato Grosso e há três anos trabalha no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé). Eunice ensina a 27 alunos lições que em geral são direcionadas a crianças de seis a 11 anos do 1º Segmento (Ensino Fundamental).
Entre os alunos de Eunice está Sebastião Paulo Rodrigues de Lima, de 24 anos e há dois meses preso no CRC. O recuperando tem duas filhas e acredita que com aquisição do conhecimento conseguirá construir uma vida melhor para a família quando for libertado. “Eu apendi a escrever o meu nome inteiro aqui dentro da unidade e isso já faz com que eu me sinta uma pessoa diferente e melhor”, pontua o reeducando.
Somente no CRC existem cinco salas além da biblioteca que são ofertadas para os internos. Nas 65 unidades prisionais do estado, a Escola Nova Chance está presente em 40 e conta com 108 turmas onde são beneficiados 2.244 alunos, sendo a maioria matriculada na alfabetização.
Entre 2011 e 2014 mais de 10 mil recuperandos foram matriculados na Educação Básica (1º Segmento). As informações são da diretora da Escola Estadual Nova Chance Carmem Lucia Giuntini.
“Acreditamos no processo educacional e de ressocialização. Por isso, estamos de forma gradativa adequando os espaços físicos em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos e a Secretaria de Educação. Isso no sentido de ampliar o número já expressivo de alunos dentro do sistema penitenciário”, pontua Carmem Lucia Giuntini.
A diretora destaca, que apesar de ter boa representatividade na capital, com o CRC, por exemplo. A Escola estadual Nova Chance está em unidades como Porto alegre do Norte (1.116 km de Cuiabá) e São Feliz do Araguaia (1.145 km de Cuiabá).
De acordo com Carmem Lúcia, para que os internos consigam efetivamente apreender no período no qual frequentam a escola, foi necessária a adaptação da matriz curricular. Assim, a Escola Nova Chance trabalha com acumulo de carga horária. Nesse caso, quando o aluno progride para semiliberdade, por exemplo, leva a carga horária para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
