“Existe um problema de formação de condutor. Infelizmente ele não é preparado pelo Detran (Departamento Nacional de Trânsito)”, este foi um dos motivos apresentados pelo secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Thiago França, para o alto número de acidentes e irregularidades no trânsito da capital mato-grossense. O gestor da pasta ainda acrescentou que a legislação também precisa ser revista: “A impunidade é o fermento da criminalidade”.

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“Existe um problema de formação de condutor. Infelizmente ele não é preparado pelo Detran. Tem os que pegam a carteira de habilitação e contratam novamente para ter aula de reforço, mesmo sendo habilitado. Isso é um absurdo. As pessoas são adestradas para passar nas provas e não para administrar os conflitos diários do trânsito”, explicou o secretário.
 
De acordo com Thiago França, “outro grande problema que temos além da formação do condutor é a imprudência. O último levantamento feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que 90% dos acidentes de trânsito no país são por falhas humanas. Mata-se mais no trânsito brasileiro, do que na guerra do Afeganistão”. Ele ainda acrescentou que de 2003 a 2013 houve um aumento significativo de mortes no Brasil, pulando de 33 mil para mais de 42 mil mortos em acidentes de trânsito.
 
“A impunidade é o fermento da criminalidade. O Código de Trânsito precisa ser revisto neste sentido. Não há nada que tipifique o homicídio doloso, só temos o culposo e a pena máxima é de dois anos. No final, isto acaba sendo convertido em penas alternativas e aquele que matou alguém, acaba pagando cesta básica. Tudo isto precisa ser revisto”, argumenta o secretário de Mobilidade Urbana.
 
Segundo os números obtidos pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), os acidentes de trânsito comprometem 13% do orçamento do SUS (Sistema Único de Saúde). Eles têm um custo social de R$ 30 bilhões a R$ 35 bilhões. Ano passado, foram mais de 200 mil internações hospitalares por conta deste problema.