Um caso inusitado aconteceu esse mês em Várzea Grande: um senhor de 77 anos conseguiu localizar, com a ajuda da Polícia Judiciária Civil (PJC), a sua irmã que estava desaparecida há 50 anos. Como ele teme viajar de avião, o emocionante reencontro ainda não aconteceu.
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No dia 10 de setembro deste ano, o senhor Pedro Alves Ferreira, 77 anos, procurou a delegacia para localizar a irmã que não via há cinco décadas. Na última quarta-feira (18), investigadores da PJC deram a notícia ao idoso que, finalmente, haviam descoberto o paradeiro da irmã mais nova, Maria José Ferreira, 74, no Estado de Minas Gerais.
O casal de irmãos ainda não se encontrou pessoalmente, mas os dois já conversaram por telefone. Eles estavam sem nenhum contato desde a década de 60 quando o senhor Pedro, que assim como sua irmã, é natural da cidade de Coxim (MS), veio morar em Várzea Grande e perdeu o contato com a irmã, que estava vivendo na cidade mineira de Contagem (15 km de Belo Horizonte).
Na Delegacia, ele lamentava aos policiais que toda vida tentou buscar informações sobre o paradeiro da irmã, porém, sem êxito. Cansado, ele resolveu buscar ajuda na Polícia Civil para reencontrá-la.
Com base nas informações do idoso, os agentes começaram a buscar dados e registros na cidade de origem dos irmãos, como no Cartório Notarial do município de Coxim (MS). As pesquisas possibilitaram localizar o antigo endereço residencial da irmã, no bairro Pindorama, em Belo Horizonte (MG).
Os policiais descobriram que depois de casada, a mulher havia mudado seu sobrenome e passou a ser chamar Maria Alves Silva. Diante dos fatos e com dificuldades de entrar em contato com a procurada, uma carta formal foi redigida pelo Policial Civil do Setor de Desaparecidos, Auri Vieira Nascimento, relatando o drama. A carta chegou até as mãos da vizinha da desaparecida, que entrou em contato com os agentes de MT.
Realizado com a localização da irmã, Pedro Alves Ferreira fez questão de agradecer publicamente. “Agradeço a Polícia Civil por ter me proporcionado tamanha felicidade. Deste o primeiro dia na delegacia foi tratado com muita educação, e pela força de vontade e empenho dos policiais em atender ao pedido de um senhor de 77 anos, consegui encontrar minha irmã”.
Mas, por medo de avião, até agora não foi visitar sua irmã, no outro estado. Para ir tão longe, só de ônibus.
“A gente trabalha com muitos casos semelhantes envolvendo desaparecimento de parentes. Agora, de 50 assim, foi uma surpresa”, afirma o investigador Auri Nascimento. Ele se alegra. “Foi muito bom ter trabalhado nesse caso”.
O investigador ainda aproveita para deixar um recado às famílias que possuem algum parente ou conhecido desaparecido: Procurem a o Núcleo de Pessoas Desaparecidas, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil. "Muitas vezes as pessoas usam a internet achando que se dispõem de todos os meios necessários para a busca e se esquecem que existe um orgão responsável para isso à disposição", afirma.
O núcleo fica na Avenida Tenente Coronel Duarte, nº 1044, no centro de Cuiabá. O orgão atende pelos números (65) 3901-4803 ou 3901-4823.
