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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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DELAção premiada

Organizações criminosas cooptam servidores e têm corrupção na essência, diz delegado que iniciou Ararath

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

O delegado Wilson Rodrigues deu início à Operação Ararath, da PF em Mato Grosso

O delegado Wilson Rodrigues deu início à Operação Ararath, da PF em Mato Grosso

Uma das características reconhecidas de organizações criminosas é a conexão com o Estado, por meio de cooptação de servidores públicos. Por isso, obrigatoriamente, há corrupção na manutenção das organizações. A avaliação é do delegado de Polícia Federal Wilson Rodrigues de Souza Filho, que foi o responsável pelo início das investigações da Operação Ararath e atualmente responde pela delegacia de Rondonópolis. Ele falou à imprensa nesta quarta-feira (9), antes do evento promovido pelo governo estadual que marca o Dia Internacional de Combate à Corrupção.


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“Não tem como falar em organização criminosa sem falar em corrupção. A corrupção é um dos elementos que permite que a organização criminosa exista. Não tem como combater organização criminosa sem combater a corrupção. Para se manter, a organização precisa eventualmente cooptar servidor público. Isso não quer dizer que seja uma prática generalizada. Mas uma característica reconhecida de organizações criminosas é a conexão com o Estado, seja através a cooptação de servidores mediante corrupção ou mediante clientelismo, troca de favores, financiamento de campanhas, entre outras práticas”, explicou o delegado.

Wilson Rodrigues explicou que a delação da forma como é usada atualmente no Brasil segue a regulamentação da Lei nº 12.850/2013, e se aplica somente a processos envolvendo organizações criminosas. “A colaboração tem como finalidade auxiliar o Estado a desbaratar organizações criminosas. É um instrumento muito útil. Porque uma das características das organizações criminosas é a lei do silêncio e uma cultura da supressão de provas. Então as técnicas tradicionais de investigação muitas vezes impedem o Estado de conhecer a organização por completo”, disse.

Entre as características necessárias para homologar uma delação, está o fato de o delator não ser o líder da organização criminosa, mas apenas um integrante. Além disso, a colaboração precisa ser feita no início das investigações, antes de obtidas as provas necessárias.

Combate à corrupção

O chefe da Controladoria Geral da União (CGU) em Mato Grosso, Sergio Akutagawa, disse que o combate a corrupção tem que partir, primeiramente, da necessidade de as pessoas serem honestas. “Os órgãos de controle vão até um determinado ponto. Combater e prevenir a corrupção é tarefa de todos nós. Precisamos que a sociedade entenda qual é o seu papel, que basicamente falando, é o de ser honesto no dia a dia. Não queremos 200 milhões de brasileiros apontando o dedo uns para os outros”, afirmou.

A secretário do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, Adriana Vandoni, destacou a mudança de cultura no combate à corrupção que se vê hoje no Brasil. “Estamos vivendo momento muito especial no Brasil. As instituições estão funcionando e políticos estão sendo punidos. Antigamente as pessoas falavam que ninguém ia preso no Brasil. Estão sendo presos. Que ninguém ficava na cadeia. Estão ficando. Agora o que falta é recuperar o dinheiro”, disse. 
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