Após ser liberada pela polícia, acusada de deixar a filha de cinco meses morrer de fome, Soneli Rodrigues da Silva, 41 anos, teve prisão preventiva pedida na terça-feira,8. A menina Sara Vitória foi deixada sozinha por quatro dias, e encontrada já sem vida por vizinhos que perceberam a ausência da mulher em casa, no domingo, 6, na cidade de Pontes e Lacerda (457 km de Cuiabá). A acusada havia sido presa na segunda-feira, 7, em uma boca de fumo na cidade, e dispensada depois de prestar depoimento.
Leia mais:
Preso ladrão que manteve família refém por duas horas; picape L-200 foi roubada
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Luiz Felipe Leoni, a prisão não foi efetuada anteriormente porque não foi constatada situação de flagrância e não havia nenhum mandado judicial contra ela. No entanto, depois de ouvir familiares e vizinhos da mulher, não restam dúvidas de que a mulher tenha agido de forma negligente ao deixar a própria filha sozinha. O pedido ainda é analisado pela Justiça.
Leoni, que ainda avalia se, além do crime de abandono de incapaz, indiciará a mulher por homicídio, explica que apenas o depoimento do marido de Soleni ainda não foi colhido. Ele trabalha em uma fazenda na região e não estava presente na semana da ocorrência, mas já foi intimado e dever voltar à cidade ainda esta semana. Segundo o delegado, sua versão terá grande importância no inquérito. “Vizinhos e parentes, como irmãos, tias e primos foram ouvidos e não temos dúvida do crime.”
Usuária de pasta base e cocaína, a mulher tem passagens por roubo e porte de drogas. Durante depoimento, foi demonstrando arrependimento pelo crime somente depois do efeito dos entorpecentes. Soleni tem outros sete filhos, mas nenhum deles vive com ela. Além disso, alguns já são maiores de idade, por isso não foi tomada nenhuma medida para afastá-la deles.
O Caso
O bebê, que completaria seis meses no dia 24 de dezembro, foi encontrado no berço, na casa dos pais na tarde de domingo, por vizinhos que perceberam a ausência de sua mãe. Desconfiados, eles arrombaram a porta, encontrando-o já sem vida. Diante da situação, a Polícia Militar foi acionada pelos moradores, que informaram que desde quarta-feira, 2, não viram movimento da mulher na casa, observando apenas que um ventilador estava ligado. Ouvindo os choros do neném durante noites anteriores, resolveram entrar, encontrando-o morto há pelo menos 24 horas.
O pai estaria trabalhando em uma fazenda, e só teve conhecimento do caso posteriormente. Eles viviam há pouco tempo na cidade e teriam vindo do município de Castanheira.
